SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ex-chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), saiu em defesa do ex-presidente após as revelações da arquitetura de um golpe de estado.
O QUE ACONTECEU
Ciro Nogueira atacou o general Freire Gomes, que em depoimento à Polícia Federal disse ter se oposto ao golpe planejado por Bolsonaro. O senador também fez críticas ao então comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Junior, que igualmente rechaçou o golpe e, em depoimento, revelou que Freire Gomes teria ameaçado prender Bolsonaro, caso o então presidente desse prosseguimento ao ímpeto antidemocrático.
“O general da ativa mais importante do país na ocasião que ouviu uma ameaça grave à democracia é o mesmo que agora bate no ex-comandante em chefe que perdeu as eleições da mesma forma que bateria continência para o mesmo comandante em chefe, caso ele tivesse sido reeleito?”, escreveu o senador em seu perfil no X.
Nogueira acusou Freire Gomes de prevaricar por não denunciar Bolsonaro e chamou o militar de “criminoso inconteste”. “Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o ‘golpe’ ou o caluniador que o denuncia nesta segunda-feira (18), não tendo ocorrido”.
Ciro Nogueira também disse ser uma “vergonha inominável” Freire Gomes “borrar-se agora” em meio às investigações e mandou o militar “honrar sua farda”. “Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas”.
ENTENDA O CASO
Freire Gomes disse à PF que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a mesma versão que foi apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em reunião em dezembro de 2022.
Já o Baptista Júnior afirmou à PF que Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado, segundo a Folha de S.Paulo.
Freire Gomes chegou a ser chamado de “cagão” por Braga Netto e Ailton Moraes Barros por ter recusado o plano golpista de Bolsonaro. Em depoimento, o general disse ter sofrido “ameaças e pressões” por não embarcar na trama, e alegou que recebia ataques nas redes do economista Paulo Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan, e que também é investigado na operação que investigar o golpe após as eleições de 2022. Ele também depôs que o deputado federal e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ) sugeriu o uso das Forças Armadas para barrar a posse de Lula.