Aeroporto em Washington tinha menos funcionários que ideal na torre de controle, diz relatório

Aeroporto em Washington tinha menos funcionários que ideal na torre de controle, diz relatório

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Havia menos controladores de voo do que o usual no aeroporto Ronald Reagan no momento da colisão entre um avião e um helicóptero militar na noite desta quarta-feira (29), de acordo com relatório preliminar interno da agência reguladora de aviação dos Estados Unidos visto pelo The New York Times.

 

O quadro de funcionários na torre foi definido como “não normal para o horário do dia e volume de tráfego”, segundo o documento da Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês).

O mesmo controlador que lidava com o tráfego de helicópteros nas proximidades do aeroporto também estava instruindo aviões que pousavam e decolavam do local -funções normalmente feitas por pessoas diferentes, de acordo com o jornal.

Eram 19 os controladores totalmente certificados no local em setembro de 2023, segundo relatório anual mais recente do Congresso que trata do assunto e recomenda os níveis ideais de funcionários. Metas estabelecidas pela FAA e pelo sindicato dos controladores exigem 30.

O nível inadequado de funcionários, causado por anos de rotatividade e orçamentos apertados, entre outros fatores, tem obrigado controladores a trabalhar até dez horas por dia, seis dias por semana.

O choque ocorreu por volta das 21h dos EUA (23h de Brasília). O avião operado pela American Airlines voou de Wichita, no estado de Kansas, e estava prestes a pousar no aeroporto Ronald Reagan, que interrompeu suas operações por algumas horas devido à confusão.

Pouco antes da colisão, a torre de controle orientou o piloto do avião a mudar a pista em que seria feito o pouso, de acordo com o The New York Times. Ainda não se sabe, contudo, se houve falha por parte dos controladores. A FAA não respondeu a um pedido de comentário do jornal.

Entre os 60 passageiros no voo havia diversos patinadores artísticos, assim como parentes e treinadores deles, que voltavam para casa após eventos em Wichita. O grupo incluía os campeões russos Ievgenia Chichkova e Vadim Naumov, segundo reportou a imprensa de Moscou.

O Kremlin transmitiu seus sentimentos aos familiares dos cidadãos do país, mas afirmou que não havia planos de o presidente Vladimir Putin conversar com seu homólogo americano, Donald Trump, sobre o assunto por ora.

O Pentágono investiga o acidente. Uma das duas caixas-pretas do avião já foi recuperada por mergulhadores, segundo a CBS News.

Trump, que assumiu há dez dias a Presidência dos EUA, foi informado sobre o incidente cerca de duas horas depois de ele acontecer. Ele agradeceu aos socorristas e disse estar acompanhando a situação num pronunciamento divulgado pela Casa Branca.

Depois, o presidente comentou o caso em sua rede, a Truth Social, questionando o motivo do acidente. “O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira para o aeroporto. O helicóptero estava indo diretamente em direção ao avião por um período prolongado. Era uma noite clara, as luzes do avião estavam brilhando intensamente. Por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou?”, escreveu.

“Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião? Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada”, seguiu.

Trump voltou a levantar suspeitas contra os controladores de tráfego nesta quinta, em um encontro com a imprensa. Na ocasião, ele afirmou que o nível dos profissionais da área baixou devido a políticas de diversidade promovidas pela FAA durante as gestões de Barack Obama (2009-2017) e Joe Biden (2021-2025).

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