Oito em cada dez brasileiros temem que a disseminação de notícias falsas pode impactar os resultados das eleições, de acordo com a 21ª edição da pesquisa ‘Panorama Político 2024: Notícias Falsas e Democracia’, do Instituto DataSenado, em parceria com o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding.
Além dos entrevistados que dizem acreditar que notícias falsas impactam na corrida eleitoral, apenas 11% afirmam crer que o impacto eleitoral é baixo, seguidos por 9% que consideram nulo. Outros 2% não souberam ou preferiram não opinar.
Quando questionados sobre a importância do controle de conteúdo falso nas redes sociais para se ter justiça na disputa eleitoral, 78% dos entrevistados acham muito importante. Enquanto isso, apenas 10% apontaram a medida como “nada importante”, seguidos por 9% que consideram “pouco importante”.
O apoio à responsabilização de plataformas de redes sociais pela disseminação de fake news varia de acordo com a posição política: 81% concordam com esse tipo de medida, mas o apoio chega a 95% entre os que se identificam com a esquerda e cai para 65% entre os que se dizem de direita.
O coordenador da pesquisa e analista do Instituto DataSenado, José Henrique Varanda, disse que os resultados do levantamento respaldam a Justiça Eleitoral nas regulamentações que buscam evitar vantagens indevidas. “A ampla maioria da população brasileira usa as redes sociais. Isso faz a gente pensar até onde o problema é que as pessoas estão expostas a notícias que não conseguem identificar como falsas ou até onde há um uso deliberado, consciente, destas como ferramenta de instrumentação social, inclusive política”.
Entre os usuários de redes sociais que já tiveram contato com notícias falsas, 72% relataram ter acessado notícias que desconfiam ser falsas nos últimos seis meses. Ainda segundo a pesquisa, 50% da população considera difícil distinguir se uma notícia é falsa e outros 46% consideram essa uma tarefa fácil.
O instituto diz que, entre 5 e 28 de junho de 2024, foram entrevistados 21.808 brasileiros dos 26 Estados do Brasil e o Distrito Federal. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro média nas respostas para dados nacionais foi de 1,2 ponto porcentual.