Verão: cuidados com alimentação e banho de mar em áreas impróprias

Durante as férias de verão aumenta o número de pessoas que procuram o mar para praticar esportes, por lazer ou para aliviar a sensação de calor e é comum encontrar sinalizações das agências ambientais alertando áreas de praias com águas impróprias para banho nessa época do ano. Em São Paulo, por exemplo, a Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) que analisa semanalmente a qualidade da água encontrou vários locais de baixa balneabilidade no litoral norte do estado. O médico sanitarista e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo, Sérgio Zanetta, explica que nadar ou comer alimentos contaminados por água poluída pode causar várias doenças.

Com mais gente frequentando o litoral há aumento da quantidade de esgotos sem tratamento e mais geração de resíduos, o que contribui para piorar as condições de balneabilidade e é um risco para banhistas e para a fauna e plantas marinhas, especialmente pela presença de coliformes fecais. “Os coliformes fecais são bactérias eliminadas pelas fezes do intestino humano. Se em uma área é encontrada a presença dessas bactérias, significa que as águas estão contaminadas ou tiveram contato líquido advindo de esgotamento sanitário de casas ou de estabelecimentos próximos”, explica o médico.

A contaminação das praias geralmente se dá pela presença de bactérias, vírus e protozoários na água, na areia ou em ambos. De acordo com o professor Zanetta, apesar do mar destruir as bactérias dos coliformes fecais, a estrutura delas continuam no local e a presença destas estruturas e de outros microorganismos indica que aquela praia está contaminada e que pode ser a fonte de várias doenças como a gastroenterite, micoses, viroses e, em casos mais graves, hepatite A. A água contaminada também pode causar micoses na pele, que tem como sintomas a coceira, vermelhidão, coceira e manchas brancas. Ou seja, o que deveria ser um momento de lazer, pode se tornar um problema de saúde pública. 

Ele também faz um alerta sobre a qualidade dos alimentos vendidos na praia. “É preciso tomar um cuidado especial com a ingestão de alimentos contaminados. Na praia dê preferência a alimentos naturais, frutas e verduras bem lavadas para serem consumidas frescas e assim evitar problemas como a gastroenterite”, orientou.

Cuidado com a alimentação – As pessoas também devem observar as condições de higiene de restaurantes, lanchonetes e barraquinhas de comida e bebida. O manuseio correto dos alimentos também deve ser avaliado, bem como a água para a produção do gelo. Doenças de veiculação hídrica podem causar febre, vômito e diarreia. O consumo de moluscos e frutos do mar provenientes de água infectada pode transmitir a hepatite A, que tem como sintomas cansaço, vômito, dor abdominal, olhos e pele amarelados (icterícia) e urina escura. Ele reforça a importância do papel dos órgãos de fiscalização. “As vigilâncias sanitárias municipais atuam para proteger a sua saúde, se necessário, denuncie!”, afirmou.

Sérgio Zanetta orienta ainda que sobre a importância de estar atento aos sinais dessas doenças e procurar atendimento médico assim que os sintomas surgirem, principalmente no caso de crianças e idosos, que podem ter complicações mais graves. Dessa forma, garante-se um tratamento adequado e uma recuperação mais rápida.

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