Trump confiante que EUA “vão ter” Groenlândia: “Querem estar conosco”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que o país “vai ter” o controle da Groenlândia porque os habitantes da ilha autônoma da Dinamarca “querem”.

 

“Acho que vamos consegui-la”, disse Trump aos jornalistas quando questionado sobre a Groenlândia a bordo do avião presidencial Air Force One, no sábado.

“Penso que as pessoas querem estar conosco”, acrescentou, citado pela BBC. “Não sei que direito a Dinamarca tem sobre ela, mas seria um ato muito hostil se não permitissem que isso acontecesse, porque é para a proteção do mundo livre”.

O republicano ainda afirmou que “a Groenlândia será conquistada porque isso tem a ver com a liberdade do mundo”. E explicou: “Não tem nada a ver com os Estados Unidos, exceto pelo fato de que somos nós que podemos proporcionar a liberdade. Eles [Dinamarca] não podem”.

As declarações de Trump surgem após notícias de que o presidente norte-americano teve uma “conversa acalorada” com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, sobre a Groenlândia.

Segundo o Financial Times (FT), cinco altos funcionários europeus afirmaram que a conversa telefônica de 45 minutos entre Trump e Frederiksen, na semana passada, “não foi nada bem”.

O líder norte-americano respondeu “de forma agressiva e confrontadora” aos comentários da primeira-ministra dinamarquesa, após ela ter enfatizado que a ilha, uma parte autônoma da Dinamarca, “não está à venda”.

“Ele (Trump) foi muito firme. Foi um banho de água fria. Era difícil levá-lo a sério antes, mas agora acho que ele está falando sério e que é potencialmente muito perigoso”, disse um dos funcionários europeus ao FT.

Outro ex-funcionário dinamarquês, também informado sobre a chamada, disse ao FT que Trump ameaçou tomar “medidas específicas contra a Dinamarca, como tarifas específicas”.

Vale lembrar que, antes de sua chegada à Casa Branca, Trump afirmou que não descartaria o uso de força militar ou sanções econômicas para se apoderar da Groenlândia.

Os EUA mantêm uma base no norte da ilha sob um acordo de defesa ampliado com a Dinamarca, assinado há sete décadas, que inclui a possibilidade de uma maior presença militar americana.

A ilha, com dois milhões de quilômetros quadrados (80% cobertos por gelo) e uma população de apenas 56 mil habitantes, tem um novo estatuto desde 2009 que reconhece o seu direito à autodeterminação.

A maioria dos partidos e da população defende a separação da Dinamarca, mas metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhague, e as tentativas de obter receitas das suas riquezas minerais e petrolíferas falharam até agora devido às dificuldades e ao elevado custo da extração.

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