Transplante de órgãos cresce 11,6% no Brasil, diz Ministério da Saúde

O número de transplantes de órgãos de janeiro a agosto de 2023 cresceu cerca de 11,6% em comparação com o mesmo período de 2022. Dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta quinta-feira, 28, mostram que ocorreram 5.914 transplantes nesse período de 2023 ante 5.300 em 2022.

Considerando o número total de transplantes realizados no País, que inclui procedimentos de córnea e medula, houve um aumento de 9,5% na quantidade de cirurgias de janeiro a agosto deste ano em comparação com 2022. De acordo com a pasta, foram 18.461 transplantes neste ano, acima dos 16.848 registrados no ano passado.

As estatísticas mostram ainda crescimento no número de doadores efetivos de órgãos. Até agosto de 2023, foram cerca de 2.435 pessoas, contra 2.310 no ano passado. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a quantidade de doadores efetivos no primeiro semestre deste ano em comparação com os anteriores foi a maior registrada nos últimos 10 anos. Hoje, o País tem 40.371 pessoas na fila por um órgão.

O Estado com maior número de doadores efetivos de órgãos no primeiro semestre deste ano foi o Paraná, com uma taxa de 42,5 doadores por milhão de pessoas. O índice fica bem acima da média registrada no Brasil: 19. Dois Estados registraram taxa 0 de doadores efetivos: Amapá e Roraima.

“Estamos trabalhando no Ministério da Saúde para um cuidado integrado para evitar tanto quanto possível que as pessoas precisem da doação de um órgão. Isso passa pela atenção primária, passa por todos os cuidados no momento certo. Sabemos que, em muitos casos, não é possível outro caminho que não seja o transplante, mas eu queria colocar aqui o nosso compromisso com uma visão integral de saúde”, disse a ministra. “Temos também um grande desafio, hoje, que é o envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas.”

O Ministério da Saúde também aumentou o número de estabelecimentos habilitados a realizar transplantes no país. A autorização de serviços desse tipo mais do que dobrou, passando de 31 no ano passado para 64 em 2023. Atualmente, o Brasil tem um total de 1.198 serviços credenciados.

O tema ganhou força nos últimos meses, após o caso do apresentador Fausto Silva, o Faustão, que entrou na fila de transplantes e foi contemplado com um coração no fim de agosto. No Brasil, a fila é única, independentemente se o paciente faz tratamento na rede pública ou privada. Faustão gravou um vídeo para o Ministério da Saúde para incentivar a doação de órgãos.

“Estou aqui para mais uma vez para agradecer o empenho de tanta gente nessa corrente para transformar o Brasil no primeiro doador de órgãos do todo mundo”, diz Faustão no vídeo. “Lembrando sempre: cada pessoa pode dar vida a mais oito pessoas. São oito órgãos que podem ser doados.”

O órgão com maior número de transplantes realizados neste ano é o rim (5.846), seguido do fígado (2.302), coração (412), pâncreas (120) e pulmão (74).

Para selecionar quem receberá o órgão doado, o Sistema Único de Saúde (SUS) leva em consideração diversos aspectos como o grau de gravidade da situação, compatibilidade, peso, altura, entre outros pontos. A ordem em que a pessoa entrou na fila é considerada como critério de desempate.

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