Suspeito diz que matou Vitória para que ela não revelasse suposta relação entre os dois

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O operador de empilhadeira Maicol Antonio Sales dos Santos, 23, disse em depoimento, de acordo com a polícia, ter matado Vitória Regina de Sousa, 17, durante uma conversa para que ela não revelasse para a atual esposa dele um suposto envolvimento entre os dois no passado.

 

A “troca de carinhos” entre Maicol e Vitória, como ele menciona no documento a qual a Folha de S.Paulo teve acesso, teria ocorrido há um ano e meio. A Polícia Civil não confirma que os dois tenham tido alguma relação.

Maicol confessou o crime entre a noite de segunda-feira (17) e a madrugada de terça-feira (18) durante depoimento a policiais civis sem a presença dos advogados. Conforme os responsáveis pela investigação, uma advogada da cidade acompanhou a oitiva. Tal situação é criticada pela defesa constituída por Maicol. O advogado Arthur Novaes pretende ir até a delegacia de Cajamar nesta quarta-feira (19).

A Polícia Civil diz ter convicção de Maicol agiu sozinho, mas aguarda conclusão de laudos para concluir o caso.

Maicol relatou para os investigadores que Vitória o ameaçava de contar o “pequeno deslize” para a esposa. A conduta da jovem se arrastaria desde quando teriam saído.

O preso alegou que, quando se envolveu com a adolescente, ele mal havia iniciado o namoro com a atual mulher. Maicol disse que temia perdê-la caso Vitória falasse.

De acordo com o documento policial, na quarta-feira de Carnaval, após um jogo do Corinthians, decidiu esperar Vitória em ponto de ônibus sem saber se ela realmente desembarcaria do ônibus ali.

Maicol relatou para os policiais que encontrou Vitória naquela noite em uma rua. Ele a convidou para entrar no veículo, um Toyota Corolla prata, o que ela aceitou. Dentro do carro, ele passou a pedir para que ela não contasse para a esposa dele sobre a relação que tiveram.

Ainda segundo a versão de Maicol, Vitória teria ficado nervosa e passado a agredi-lo com arranhões, atingido seu pescoço. No primeiro depoimento, ele estaria com os ferimentos visíveis, diz trecho do documento.

Maicol narrou, ainda de acordo com o documento, que teria se exaltado e pegado uma faca de lâmina lisa, que transportava na parte lateral do automóvel junto ao banco do motorista. O primeiro golpe foi no pescoço de Vitória; o segundo, próximo ao peito.

O suspeito afirmou que a adolescente desfaleceu na sequência, sem esboçar reação ou gritos. Maicol então dirigiu até sua casa. Lá colocou o corpo de Vitória no porta-malas e seguiu para uma área de mata. Após enterrá-la, Maicol retornou para a residência dele. Tomou banho e tentou dormir, mas não conseguiu.

Segundo o registro do interrogatório, ele disse ter se levantado por volta das 7h e seguido para o trabalho. Ao retornar, por volta das 17h, juntou os pertences de Vitória que estavam no carro, como roupas e o celular, e os queimou junto a lixos. Os resíduos foram colocados em um saco e descartados em uma lixeira próxima a um campo de futebol.

A faca utilizada no crime foi jogada em um rio, conforme a versão. Maicol contou não ter encontrado manchas de sangue no carro, mas que lavou o veículo mesmo assim.

Ele disse ter visto a repercussão do caso na imprensa e ficado preocupado, mas que procurou não aparentar nervosismo. Declarou não usar álcool ou drogas e que teme por sua segurança na cadeia e nas ruas.

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