Sou a favor da volta da secretaria de segurança no Rio, diz Dino

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ser a favor da volta da secretaria de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Inclusive, declarou já ter abordado o tema com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

Em janeiro de 2019, Wilson Witzel tomou posse como governador e extinguiu a Secretaria de Segurança. Junto com a pasta, também foi encerrada a Corregedoria-Geral Unificada das Polícias.

“[A falta de uma secretaria] cria um problema para o próprio governador que, na prática, acaba sendo o secretário de Segurança porque não há quem coordene as várias corporações. Já externei isso para o governador Cláudio Castro e respeitamos a autonomia federativa do Rio de Janeiro”, disse Dino em entrevista à GloboNews.

Dino também mencionou a ideia de estabelecer um Conselho Nacional de Polícias, contudo, ele não forneceu informações detalhadas sobre como esse conselho funcionaria na prática.

O ministro reiterou a possibilidade de empregar as Forças Armadas para auxiliar no Rio de Janeiro e enfatizou que há consenso no governo em relação ao tema. O ponto de discussão atual é a estratégia de implementação dessa cooperação.

Na quarta-feira (25), o ministro disse que vai apresentar conjuntamente com a Defesa e os comandantes das Forças Armadas um plano na próxima semana ao presidente Lula (PT) para a utilização de militares em fronteiras terrestres, portos e aeroportos do Rio de Janeiro.

A declaração foi feita depois de sua reunião com o presidente, os ministros José Múcio (Defesa) e Rui Costa (Casa Civil) e os chefes de Marinha, Exército e Força Aérea. Na próxima segunda-feira (30), haverá um novo encontro com os envolvidos para tratar do tema.

O estado vive momento de crise na segurança pública, com aumento de tensão causada por grupos criminosos na região metropolitana da capital fluminense.

Na segunda (23), 35 ônibus e um trem foram incendiados na zona oeste do Rio após a morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado. O ataque foi o maior já registrado contra o transporte público fluminense e causou o caos na cidade, com vias fechadas e estações lotadas.

Dino disse após a reunião desta tarde que o estudo para o uso das Forças Armadas está em conclusão e terá como foco a atuação em três áreas: portos, aeroportos e nas regiões de fronteira. Neste terceiro ponto, o ministro afirmou que o objetivo é dificultar a entrada no país de drogas e armas, assim impedindo que elas abasteçam facções criminosas que atuam no Rio.

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