Rússia está recrutando cubanos para combater na Ucrânia

A Rússia está a recrutar cubanos em dificuldades para combater na Ucrânia, segundo revela uma investigação da Reuters, divulgada este sábado.

Segundo a agência, os recrutas que identificou receberam propostas, nas redes sociais, através de um contato identificado como “Dayana”, descrita como uma mulher mistério que trata de todo o processo. Este recrutamento teria iniciado em maio, semanas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, dar ‘luz verde’ a um decreto que permitia que estrangeiros que assinassem um contrato com as forças armadas recebessem cidadania russa, juntamente com as suas famílias.

“É difícil viver aqui. Todos disseram: ‘Se eu escolher isto, não morrerei de fome em Cuba'”, disse Yoan Viondi, de 23 anos, que acabou por se arrepender e não dar seguimento ao processo, depois de vários dias trocando mensagens com “Dayana”.

“Mas eles sabiam para onde estavam indo. Eu também sabia muito bem para onde estava indo”, acrescentou.

Já um homem, identificado como Gonzalez, falou por videochamada com a agência, a partir de uma base militar russa, nos arredores da cidade de Tula. Gonzalez disse que era um dos 119 cubanos treinando naquela base e que havia assinado um contrato, traduzido para espanhol.

“Todos aqui sabiam ao que vinham, disso tenho a certeza (…) Eles vieram para a guerra”, disse. O homem explicou que os mais de 199 cubanos estavam sendo treinados para lutar no campo de batalha, mas não sabiam ainda para onde seriam enviados.

Segundo a Reuters, no mês passado, o governo de Havana, aliado de Moscou, mas que disse “não fazer parte da guerra”, disse que deteve 17 pessoas ligadas a uma rede de tráfico de seres humanos que atraiu cubanos para lutar pela Rússia.

Em reação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse que a embaixada ucraniana em Havana contactou as autoridades cubanas sobre o tema.

A  ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa, justificada pelo presidente russo com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional. 

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