Mano Menezes teve de explicar nesta sexta-feira, em sua apresentação no Corinthians, que não usará os últimos meses do ano como laboratório para avaliar o elenco. Mesmo com o presidente Duílio Monteiro Alves falando em reformulação do grupo para o próximo ano, o treinador foi bastante prudente ao falar do assunto, disse que a avaliação é por toda a temporada e enfatizou que time só com jovens não dá certo. Ainda frisou que conquistou bastante com equipes cheias de veteranos, deixando claro que muitos dos veteranos seguirão com ele caso siga no comando da equipe.
“Quando voltei na segunda vez, com trabalho de um ano inteiro, prometi entregar uma nova equipe montada até fim do ano e consegui fazer. Vamos tentar montar um trabalho e usufruir dele agora, é uma tentativa”, afirmou o treinador, deixando claro que não pretende sair tão cedo. O acordo assinado é até dezembro de 2025.
O treinador não curtiu muito quando foi questionado se seu trabalho nesta reta final de temporada seria um “laboratório.” E disse que isso de avaliar elenco em reta final de temporada é uma injustiça com jogadores.
“Não gosto da palavra, no futebol é desrespeitoso. A gente sempre faz avaliação, e quem pensa que é só em dezembro não entende nada. Isso não é nem justo ao clube ou aos jogadores”, enfatizou o treinador. “Se o jogador chega em mal momento no fim do ano, sairá perdendo. E se vive momento bom, o clube pode perder porque faz contrato longo e depois pode não repetir as grandes apresentações”, explicou o treinador, dando claro que a avaliação será dos 12 meses.
Também esclareceu que não fará caça aos veteranos. “Não vim aqui para tirar jogador porque está com 38 ou ficar só com quem tem 21. Vim para ter melhor. Não tem essa de tirar todo mundo, aqui não se sustenta ficando só com jovens”, explicou. “As coisas serão com comedimento, como tem de ser e não tenho nada contra idade, o que vale é rendimento, performance.”
O técnico já trabalhou com Cássio, Fagner, Gil e Fábio Santos na passagem anterior e até celebra ter uma defesa quase completa que já sabe sua filosofia de trabalho. Também disse que pretende utilizar mais o meia Renato Augusto.
“Eu penso que um grande jogador, diferenciado, tem de jogar o maior número de vezes possível. Se (companheiro) me apoio nele e ele não está, o time sente muito isso. Claro, vou procurar administrar bem essa questão (do desgaste físico), poupando durante um jogo, para não ficar tão ausente em outros jogos.”
Por outro lado, seguirá investindo em jovens da base, como fez com Denmtinho e Lulinha em 2008 e com Guilherme Arana e Malcom em 2014 para o clube economizar dinheiro para fazer investimentos pontuais e corretos.
“Sempre trabalhei com jovens por onde passei, aqui tinha Dentinho, Lulinha, e em momento difícil. A Série B era o pior momento em termos de pressão. Na segunda colocamos Malcom com 17 anos, Arana… Sempre colocamos e trabalhamos na formação final. Não basta só colocar, pois é difícil, o jovem vai oscilar. Mas eles podem preencher um bom porcentual, com o clube guardando dinheiro para investir no diferenciando, em dois, três, quatro ou cinco atletas para dar sustentação.”