Reforços não entregam o esperado, mas vão ter de ‘salvar’ Flamengo em 2025

LUIZA SÁ
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Mesmo com a mudança na diretoria, o Flamengo já sabe que os investimentos com o futebol vão ter que ser modestos no primeiro momento. Os oito reforços contratados em 2024, portanto, vão ganhar mais peso, mas a maioria deles ainda não conseguiu se firmar na equipe. A reformulação mais forte deve acontecer fora do campo.

 

O alto investimento em jogadores comprometeu o futuro. Com os gastos elevados, a falta de vendas expressivas e a compra do terreno do estádio, o Flamengo não terá muita margem para contratar atletas.

Um atacante é o principal alvo. O Flamengo vai ao mercado para um substituto de Gabigol, mas o cenário ideal buscado é um jogador livre, por empréstimo ou com custo mais baixo.

Os reforços que chegaram terão de ser suficientes. Vendas altas podem ajudar a nova diretoria a ampliar esse orçamento, mas o Flamengo também não quer perder jogadores importantes antes do Super Mundial.

Apenas três deles terminaram o ano sendo considerados titulares. Léo Ortiz foi o absoluto e um dos destaques do time. Alex Sandro solucionou o problema na lateral-esquerda, mas viu o físico pesar para uma sequência mais forte. De la Cruz também sofreu com lesões e poderia ter dado mais.

REFORÇOS CONVENCERAM?
De la Cruz (R$ 102,6 milhões): Contratação mais cara do ano, o uruguaio jogou apenas 41 dos 73 jogos do Flamengo na temporada. Se fez um ótimo início no Campeonato Carioca, De la Cruz caiu de rendimento após a Copa América e sofreu com repetidos problemas físicos. Ele completou 90 minutos apenas duas vezes após servir a seleção e passou várias semanas lesionado. O clube espera mais em 2025. Com uma pré-temporada e mais atenção à forma física, o meio-campista ainda precisa dar respostas.

Matias Viña (R$ 50,4 milhões): O lateral-esquerdo fez só 22 jogos até a lesão grave sofrida contra o Palmeiras, em agosto. Se foi contratado em difícil negociação com a Roma para brigar pela titularidade, viu Ayrton Lucas ser poucas vezes preterido. Nunca se firmou entre os titulares e terá ainda mais dificuldade no ano que vem, já que ficará pelo menos até a metade de 2025 parado e agora ganhou a concorrência também de Alex Sandro.

Léo Ortiz (R$ 43,7 milhões): Foi a contratação de maior sucesso do Flamengo e fez valer a pena a insistência o clube com o Red Bull Bragantino. Demorou um pouco, é verdade. Ortiz era pouquíssimo utilizado com Tite, que preferia ter Fabrício Bruno e Léo Pereira. Durante a Copa América, foi improvisado como volante e acabou caindo nas graças do treinador nesta posição, mesmo deixando claro que não estava confortável ali. Foi só com Filipe Luís que, desde a estreia, ele se firmou como zagueiro e titular absoluto.

Carlinhos (R$ 3,7 milhões): Destaque do Carioca, o atacante não conseguiu ter protagonismo no Flamengo. Foram 17 jogos pelo rubro-negro na temporada e três gols marcados. Como Tite não contava com Gabigol, ele chegou a ficar na frente da fila, mas ainda atrás de Bruno Henrique improvisado. Com Filipe Luís, sequer teve oportunidades. Por isso, foi liberado mais cedo para treinar com o time alternativo que vai disputar o Estadual.

Carlos Alcaraz (R$ 125,4 milhões): Contratação mais cara da história do clube, o argentino ainda não conseguiu entrar na rotação da equipe. Apesar de ter tido algumas boas partidas, o meia não ganhou espaço mesmo com as lesões. Neste caso, o Flamengo espera que, com pré-temporada, entrosamento e tempo, ele se adapte de vez ao Brasil para brilhar em 2025.

Alex Sandro (R$ 3,2 milhões): Solucionou os problemas na lateral-esquerda. Experiente, o jogador rapidamente virou titular e desbancou Ayrton Lucas, que vinha em baixa. Estava livre no mercado e foi visto como ótima oportunidade pela diretoria. Com preparação física, deve conseguir ter uma sequência maior de partidas no ano que vem.

Gonzalo Plata (R$ 30 milhões): Fez o gol decisivo da Copa do Brasil e brilhou na seleção, mas ficou entrando e saindo do time titular do Flamengo. Ele fez 17 partidas, começando 11 delas. Deu bons sinais a Filipe Luís, podendo atuar na ponta ou até como camisa 9.

Michael (R$ 7,6 milhões): O robozinho foi prejudicado por uma lesão e acabou titular em oito dos 16 jogos que fez pelo Flamengo. Michael, porém, é visto como importante por Filipe Luís para o esquema do time. Na reta final da temporada teve boas atuações, se destacou e ganhou pontos nessa fila.

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