Prost revela o que falaria para Senna caso pudesse reencontrar ídolo brasileiro

Ayrton Senna e Alain Prost protagonizaram uma das rivalidades mais intensas da história da Fórmula 1. A relação entre os dois campeões mundiais de Fórmula 1, contudo, contou com fases de amizade e afastamento, segundo o próprio francês, que, nesta semana do GP de São Paulo, revelou o que falaria ao brasileiro se tivesse uma oportunidade para uma última conversa. Prost também afirmou que Senna era uma “pessoa muito misteriosa”.

 

“Eu adoraria ter uma última conversa com ele. Esse era o plano. Estávamos conversando no final de 1993 e no início de 1994. Tínhamos uma conexão, mais de uma ligação por semana. Estávamos falando sobre o presente, o futuro e o que aconteceu no passado, mas não muito. Com certeza, se pudéssemos compartilhar uma bebida, eu teria muitas perguntas, muitas conversas”, disse o francês, em entrevista à marca de bebidas Heineken, uma das patrocinadoras do GP brasileiro.

Senna e Prost foram parceiros de equipe na McLaren, entre 88 e 89, e disputaram intensamente os dois campeonatos, apesar de defenderem o mesmo time. O brasileiro foi campeão em 88, enquanto Prost faturou o título de 89. Depois desta “parceria” na McLaren, o francês rumou para a Ferrari em 1990.

“Tínhamos personalidades diferentes depois de dividir aquele último pódio em Adelaide (Austrália) em 93. Há muitas coisas que eu gostaria de perguntar e saber, porque ele era uma pessoa muito misteriosa. Ele não queria ser meu amigo enquanto estávamos correndo porque me disse que tinha medo de que isso tirasse um pouco de sua motivação. Depois que eu me aposentasse, poderíamos nos divertir novamente, eu acho”, declarou.

Para Prost, a relação com Senna contou com três fases distintas. “Nosso relacionamento era muito, muito bom no começo, quando ele entrou na Fórmula 1. E então tivemos alguns anos juntos, especialmente em 1988 com a McLaren, e depois com equipes diferentes. Em 1989, tivemos uma discussão, um mal-entendido, e não nos falamos por alguns anos. Então foram cerca de três períodos. Depois que me aposentei em 1993, durante todo o inverno tivemos uma grande conexão.”

O tetracampeão mundial revelou ainda que tinha “ciúmes” do carinho que Senna recebia da torcida durante os GPs disputados em solo brasileiro. “Toda vez que íamos ao Brasil, quando brigávamos, eu podia ver que eu tinha um pouco de ciúmes de que ele tinha quase todo o País atrás dele. Isso não aconteceu comigo. Os brasileiros são grandes fãs, e obviamente a maneira como ele deixou o nosso mundo em 1994, eu posso entender que você tem que manter essa memória, essa conexão.”

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