Após novo resultado forte e surpreendente do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre (0,9%), a projeção de crescimento econômico para este ano deu um salto no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 4. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 2,31% para 2,56%, contra 2,26% há um mês. Considerando apenas as 33 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,37% para 2,66%.
Para 2024, o Relatório Focus, por sua vez, mostrou recuo marginal da estimativa de crescimento do PIB, de 1,33% para 1,32%, ante 1,30% de um mês atrás. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,22% para 1,44%.
Em relação a 2025, a mediana continuou em 1,90%, mesmo porcentual de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, repetindo a projeção de um mês atrás.
Após o PIB, o ministro Fernando Haddad, indicou que a projeção oficial do Produto Interno Bruto para este ano deve subir de 2,5% para algo próximo a 3,0%, mas que a Secretaria de Política Econômica (SPE) vai divulgar o novo número de forma ordenada.
No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, mas o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse, na sexta-feira (1), que o mercado deve revisar o número para entre 2,5% e 3,0%.
Déficit primário
O Boletim Focus mostrou uma leve redução no déficit primário esperado para 2024 após a apresentação pelo governo do projeto de lei orçamentária do ano que vem e das medidas de arrecadação extra para buscar o resultado primário neutro ao Congresso.
A expectativa de déficit primário em relação ao PIB em 2024 cedeu de 0,75% para 0,71%, contra 0,80% há um mês. Para o resultado nominal também houve diminuição da mediana deficitária, de 6,90% para 6,80% do PIB, de 6,90% quatro semanas antes.
No PLOA, o governo prevê um pequeno superávit primário de 2,8 bilhões, o que representa 0% do PIB. O Ministério da Fazenda espera arrecadar R$ 168 bilhões em medidas extras. Devido à elevada necessidade de receita adicional, há certo ceticismo no mercado sobre o resultado proposto pelo governo ser factível.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 se manteve em 63,95%, de 64,00% há quatro semanas.
2023
Para este ano, a estimativa para a dívida líquida variou de 60,60% para 60,45%. Há quatro semanas, a expectativa era de 60,60% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2023 se manteve em 1,00% pela oitava semana seguida. O Ministério da Fazenda sustenta que deve entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, ou menor. O déficit nominal projetado na Focus passou de 7,40% para 7,45% do PIB, contra 7,48% há um mês.
Déficit em c/c
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária continuou em US$ 43,00 bilhões, mesmo valor esperado um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit foi alterada de US$ 50,00 bilhões para US$ 50,20 bilhões, ante US$ 48,68 bilhões há quatro semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 70,90 bilhões para US$ 72,35 bilhões, contra US$ 67,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária se manteve em US$ 60,00 bilhões pela sétima semana seguida.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.
A mediana das previsões para o IDP em 2023 ficou em US$ 80 bilhões, mesma projeção de um mês antes. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 31ª vez.