SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um professor de 61 anos que tinha um mandado de prisão em aberto por suspeita de estupro de vulnerável foi preso após se envolver em uma confusão em um condomínio residencial em Hortolândia (no interior de São Paulo).
O caso ocorreu na noite de 11 de junho. Segundo o boletim de ocorrência, ao qual a Folha teve acesso, policiais militares foram até o local para averiguar uma denúncia de briga. Lá foram recebidos pelo professor Carlos Veiga Filho. Durante a checagem do documento, os agentes perceberam o mandado de prisão preventiva (sem prazo) contra o docente.
Veiga Filho é suspeito de estupro de vulnerável contra estudantes de um colégio particular em outra cidade do interior paulista. Segundo descrição do caso no Diário da Justiça, o professor teria mantido relações sexuais dentro do seu apartamento e nas dependências de um colégio com três adolescentes que na época eram menores de 14 anos.
Segundo o documento, isso teria acontecido até o meio do ano passado.
A lei brasileira estabelece que qualquer relação sexual com uma pessoa menor de 14 anos é considerada estupro de vulnerável.
Segundo o advogado do suspeito, Jhonatan Wilke, seu cliente nega que tenha cometido os abusos. “O professor Carlos nega a autoria dos crimes. Nunca cometeu nenhum crime durante sua carreira de mais de 30 anos como professor. Apenas prestou assistência aos estudantes que estavam enfrentando um momento difícil na família. Dessa forma, se declara inocente de todas as acusações.”
“A prisão preventiva ocorreu em razão da mudança dele para Hortolândia. O juízo entendeu que houve uma tentativa de fuga”, afirmou o advogado.
O processo, assim como em outros casos em que envolve menores de 18 anos ou violência sexual, está sob segredo de Justiça. A reportagem não conseguiu localizar os responsáveis pelos estudantes.
Ainda de acordo com Wilke, o professor teria realizado a limpeza dos chakras dos adolescentes, sem conotação sexual. “Sendo assim, houve uma aproximação da mão do professor nas costas e peitoral (sem toque) das vítimas”. Ele disse que estuda a possibilidade de pedir um habeas corpus para seu cliente.
Carlos Veiga Filho leciona história, sociologia, filosofia e teatro em uma escola no interior do estado. A reportagem tentou contato com a instituição, mas a chamada por telefone não completou. Uma mensagem foi deixada em um campo contato disponível no site da unidade, mas não houve retorno até a publicação do texto.
Antes, o professor chegou a ministrar aulas no Colégio Rio Branco, na capital paulista. Segundo o estabelecimento de ensino, ele foi demitido em 2003 durante uma reestruturação interna.
O colégio afirmou que após o caso contra o professor ser divulgado, recebeu uma mensagem sobre o período em que ele deu aulas em São Paulo.
“Após a veiculação do caso que mencionava o ex-professor, recebemos um e-mail que tratava de informações referentes à época em que ele atuava na instituição e que foi prontamente respondido. Prezando pelos princípios da ética e da transparência e em sintonia com a solicitação recebida na referida mensagem, informamos que a instituição conta, há anos, com um canal de Ouvidoria seguro para receber denúncias, sugestões e reclamações”.
O Rio Branco não detalhou qual seria o conteúdo da mensagem, e disse repudiar todo e qualquer ato ilícito.
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