SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil indiciou três homens, nesta quarta-feira (24), pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em fevereiro. Ele foi assassinado a tiros próximo à sede da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Rio de Janeiro).
A investigação aponta que os três, que já estão presos, participaram do monitoramento do advogado e se encontraram antes e depois do crime. Um deles ainda teria fornecido o carro utilizado no dia do assassinato. São eles: Eduardo Sobreira Moraes, Leandro Machado da Silva e Cezar Mondêgo.
A Polícia Civil também informa que o inquérito foi desmembrado para identificar outros envolvidos no caso. No decorrer da investigação, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão contra outras pessoas investigadas.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos três indiciados. O espaço segue aberto para manifestação.
RELEMBRE O CASO
O advogado foi morto a tiros próximo à sede da OAB-RJ, no final da tarde do dia 26 de fevereiro, no centro do Rio.
Rodrigo estaria voltando para o escritório quando foi atingido. Um homem encapuzado saiu de um carro branco e atirou contra o advogado. Depois que Rodrigo caiu, o assassino ainda fez uma sequência de disparos contra a vítima.
QUEM É O ADVOGADO MORTO
Rodrigo Marinho Crespo tinha 42 anos e era sócio-fundador de escritório com foco em direito empresarial. Ele era formado na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e também tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Áreas de atuação do escritório incluem Direito do Entretenimento e Jogos e mercado de criptoativos. A descrição sobre o primeiro tema, no site do escritório, informa atividades em segmentos como loterias estaduais e consultoria para implantação de operações relacionadas a jogos que possuem amparo legal, como corridas de cavalos e torneios de pôquer. Crespo escreveu no LinkedIn que costumava falar ali sobre regulamentação do mercado brasileiro de jogos lotéricos e registro de apostas.
A namorada de Rodrigo prestou depoimento à polícia no mês passado. Segundo ela, o namorado disse que “o escritório havia perdido clientes importantes, que estavam passando por problemas financeiros, tendo inclusive vendido seu carro, uma Mercedes-Benz”.
Dois dias antes de sua morte, Rodrigo disse à namorada que precisava sair para tratar de assuntos de negócios com uma pessoa chamada Marcelo. O encontro seria no Clube Naval Piraquê, na Lagoa, zona sul da cidade. Ele disse que não poderia levar o celular para a reunião por se tratar de assuntos importantes.
Dias antes da execução, o advogado teria dito a ela que estaria arrecadando fundos para abrir um novo negócio e que faltava encontrar o “operador”. Segundo a namorada do advogado, o operador seria Marcelo e o advogado chegou a viajar algumas vezes para São Paulo para tratar de assuntos relacionados a cassinos online.