SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar apreendeu dezenas de pacotes de cocaína grudados em um navio no porto de Santos em uma ação neste sábado (24) que contou com um robô submarino.
Segundo o governo de São Paulo, a operação começou na sexta-feira (23) com o objetivo de identificar navios usados para o tráfico de drogas. A embarcação que estava com o entorpecente preso ao casco saiu da Argentina e seguiria para a Espanha.
A apreensão foi feita por agentes do 4° Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). Os policiais usaram um robô submarino para fazer uma varredura na área do porto de Santos e, durante essa inspeção, foram detectados objetos grudados no casco do navio.
Em seguida, mergulhadores do Comando e Operações Especiais (COE) foram acionados e entraram nas galerias internas do casco do navio. “Lá foram encontrados cinco invólucros, com 93 tabletes de cocaína. Até o momento foram apreendidos 114 quilos de pasta-base da droga”, afirma o comunicado.
De acordo com o governo, a operação seguia no porto na noite deste sábado, com a participação das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica de São Paulo, do Ministério Público, da Secretaria da Fazenda, da Polícia Federal e da Receita Federal.
Estudo da Esfera Brasil e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que o potencial de faturamento das facções criminosas brasileiras com a cocaína é de R$ 335 bilhões, valor equivalente a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2021.
O montante seria alcançado se toda a substância que passa pelo Brasil chegasse à Europa, embora grande parte da cocaína seja consumida no país.
Ações no porto costumam encontrar grandes quantidades de cocaína, tanto em navios quanto com suspeitos. Em junho, um homem foi preso com 103 kg de cocaína em Guarujá, na Baixada Santista. Ele era suspeito de atuar como mergulhador a serviço do tráfico de drogas e colocaria a carga em navios que partem do porto de Santos para fora do Brasil.
A intensa circulação da droga na região já fez da cocaína um contaminante da água na baía de Santos, segundo estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A droga causa graves efeitos toxicológicos em animais como mexilhões-marrons (Perna perna), ostras de mangue (Crassostrea gasar) e peixes (enguias), de acordo com resultados de análises realizadas em laboratório por pesquisadores.