SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (4) um homem suspeito de usar a plataforma de jogos Discord em casos de estupro virtual de crianças e adolescentes. A prisão ocorreu em uma casa de São Mateus, zona leste de São Paulo.
A idade e o nome do preso não foram informados, pois o caso corre em segredo de Justiça, segundo o Ministério Público de São Paulo.
A prisão foi realizada por policiais da 2ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Crimes Patrimoniais de Intervenção Estratégica), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em conjunto com a Divisão Cyber, da Promotoria.
Segundo a polícia, o suspeito, que estava envolvido em violência sexual contra crianças e adolescentes, mantinha um servidor na plataforma de internet onde armazenava vídeos principalmente contendo estupros virtuais de jovens.
No local da prisão foi encontrado conteúdo de violência sexual armazenado em dispositivos de informática, segundo o Deic.
O homem acabou autuado por crime de pornografia infantil. A polícia não informou se ele apresentou advogado.
No início do mês passado, um adolescente foi apreendido no Espírito Santo por agressão virtual contra menores de idade. Segundo a Polícia Federal, o jovem, que havia sido apreendido pela segunda vez, é suspeito de levar diversas crianças e adolescentes ao sofrimento, com automutilação e abuso infantil.
Dias antes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu um jovem de 19 anos, suspeito de criar grupo para estupro virtual.
Em 27 de junho, dois adolescentes, de 14 e 17 anos, já haviam sido apreendidos por suspeita de participar de grupos de pornografia infantil no aplicativo.
O Discord, aplicativo online popular entre jovens e jogadores de videogames, funciona como uma plataforma de conversas em texto, voz e vídeo. O sistema criado em 2015 se popularizou para bate-papo durante jogos online, em uma base de usuários adultos e menores de 18 anos, sem distinção ou barreiras.
A plataforma está envolvida em várias denúncias contra grupos que promovem conteúdo envolvendo exploração sexual, pedofilia, automutilação, racismo, maus-tratos de animais e incitação a assassinatos, além de vazamento de informações secretas.
Em junho, uma reportagem do Fantástico revelou casos de usuários brasileiros do Discord que violentaram e humilharam meninas menores de idade em transmissões ao vivo.
Em maio, o Discord afirmou que trabalha para barrar o que denominou de “conteúdo abominável”.
A empresa também afirmou que tem uma “política de zero tolerância para atividades que sejam potencialmente prejudiciais à sociedade”.
“Com nossos esforços para combater ameaças à segurança infantil, nós proativamente removemos cerca de 98% das comunidades que encontramos com materiais de abuso infantil no Brasil ao longo dos últimos seis meses”, disse em nota, na época.
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