Peixes e frutos do mar para paciente renal: quais os cuidados essenciais?

A alimentação pode ser aliada ou inimiga de pacientes com diagnóstico de doença renal crônica (DRC). O equilíbrio na ingestão de alimentos é essencial, uma vez que o organismo passa a ter dificuldades de remover resíduos, impossibilitando a eliminação de toxinas e substâncias pois está fragilizado.

O sódio, fósforo e potássio em excesso podem ser vilões do paciente acometido por DRC, pois são substâncias que os rins – por perderem sua função – não conseguem filtrar de maneira adequada, e acabam se acumulando no sangue. A ingestão de alguns peixes e frutos do mar deve ser observada, pois embora não sejam contraindicados, alguns desses alimentos são ricos nesses minerais e podem acarretar complicações. 

A hiperfosfatemia pode ser uma dessas complicações devido ao acúmulo de fósforo no sangue, assim como a calcificação em tecidos e vasos sanguíneos, complicações cardiovasculares e coceira. Há também a hipercalemia, que é o acúmulo de potássio no sangue, e pode desencadear arritmias e parada cardíaca. Além das complicações ligadas ao fósforo e potássio, o excesso de sódio consumido pode ocasionar hipertensão e o acúmulo de proteínas pode sobrecarregar os rins.

“Frutos do mar, particularmente moluscos e crustáceos, são ricos em potássio e fósforo, dois minerais que precisam ser monitorados e restritos em pacientes com DRC”, explica a Coordenadora de Nutrição da DaVita, Thays Mortaia, que também destaca que peixes como atum, sardinha e bacalhau devem ser evitados. “O atum, especialmente o fresco, é rico em potássio, a sardinha é rica em proteínas, fósforo e potássio e o bacalhau é extremamente rico em sódio devido ao processo de salga”.

Segundo a especialista, os peixes mais indicados para o paciente renal são: pescada, linguado, tilápia, por serem fonte de proteínas saudável, mas a quantidade e periodicidade deve ser monitorada.

Apesar de não ter contraindicações na dieta, o preparo desses alimentos caso o paciente queira consumir, preferencialmente deve ter técnicas como a dupla fervura, não adição de sal, não utilização de produtos lácteos e optar por temperos naturais.

A nutricionista reforça que há alternativas de deixar a refeição com peixes e frutos do mar ainda mais equilibrada. “O prato pode ter acompanhamentos como arroz branco, cuscuz e vegetais com baixo teor de potássio. É importante optar por molhos e temperos caseiros, com ervas frescas, limão, alho, cebola, alecrim, tomilho, cebolinha e azeite”, complementa Mortaia.

É importante ressaltar que a alimentação de um paciente com doença renal crônica deve ser estabelecida com base nas necessidades individuais, estágio da doença, variando de paciente para paciente.

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