Paquetá é convocado pela CPI da Manipulação no Futebol após não responder convite

Após receber convite para participar da CPI da Manipulação no Futebol e não responder, o meia Lucas Paquetá, do West Ham, será obrigado a se apresentar à comissão após os deputados integrantes aprovarem a sua convocação, em sessão realizada na noite de segunda-feira. Ser convocado significa que, caso o jogador não se apresente, a CPI pode pedir condução coercitiva, como ocorreu com Ronaldinho Gaúcho na CPI das Pirâmides Financeiras.

A comissão oferece a Paquetá a possibilidade de participar por videochamada, já que ele mora em Londres, na Inglaterra. Também é possível que ele seja representado pessoalmente por seu advogado. O meia está sendo investigado por envolvimento com apostas esportivas, assim como o também brasileiro Luiz Henrique, atacante do Bétis, da Espanha, que, diferentemente de Paquetá, respondeu ao convite dos deputados e pode ser ouvido ainda nesta semana, remotamente. O mais provável, contudo, é que Luiz Henrique participe apenas na semana que vem, por causa do feriado de 7 de setembro.

Durante a sessão desta segunda-feira, a CPI da Manipulação de resultados também aprovou o convite ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ao diretor de competições da entidade, Júlio Avellar, e ao diretor de integridade Rômulo Reis. A comissão irá aguardar o retorno dos convidados. Caso não consiga levá-los à Câmara, pode recorrer ao mesmo procedimento adotado com Paquetá e transformar o convite em convocação.

Nesta terça-feira, a CPI irá ouvir representantes da Sports Radar, contratada pela CBF para monitorar inícios de fraudes no futebol. A empresa apresentou relatório denunciando Paquetá e Luiz Henrique mencionando as partidas West Ham x Aston Villa, pelo Campeonato Inglês, e Villareal x Bétis, pelo Espanhol, ambas disputadas no dia 12 de março

As apostas investigadas teriam sido feitas em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, no site da empresa Betway, casa de aposta que patrocina o West Ham, em contas associadas a pessoas próximas ao jogador. Essas contas teriam feito apostas casadas para ampliar os ganhos, por isso teriam envolvido também Luiz Henrique.

Para ganhar, era necessário que os dois atletas levassem cartão amarelo, o que aconteceu no dia 12 de março, quando o West Ham empatou por 1 a 1 com o Aston Villa, pela Premier League, e o Bétis também ficou no empate pelo mesmo placar com o Villarreal, pela La Liga. Ambos foram advertidos com o cartão no segundo tempo de cada partida.

INVESTIGAÇÃO NA INGLATERRA

Um cartão amarelo recebido por Lucas Paquetá logo no primeiro jogo oficial do West Ham na temporada 2022/2023 reforçou suspeitas da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) sobre o envolvimento do meia brasileiro com apostas. Ao tomar conhecimento da advertência, a entidade acelerou as investigações que já conduzia há cinco meses, de acordo com informações obtidas pelo jornal britânico Daily Mail.

A partida em questão foi contra o Bournemouth, no dia 11 de agosto, e terminou empatada por 1 a 1. Segundo o Daily Mail, antes disso, pelo menos outros dois jogos nos quais Paquetá recebeu amarelo já estavam sendo investigados, ambos da temporada passada: o empate com o Aston Villa citado pela Sports Radar e a vitória por 3 a 1 sobre o Leeds, dia 21 de maio.

A FA teria recebido um alerta anticorrupção de autoridades três dias após o jogo com o Bournemouth, antes de informar o West Ham e o jogador, que ainda não sabia ser alvo de investigação. Na sexta-feira da mesma semana, o caso se tornou público horas antes da primeira convocação de Fernando Diniz para a seleção brasileira e Paquetá foi cortado. Diniz disse que o atleta foi cortado por causa das suspeitas.

O Manchester City, que tentava contratar o atleta, desistiu da negociação. O West Ham, por sua vez, conduziu a questão de outra forma e manteve o meia em seu elenco. A Inglaterra fiscaliza com rigor o setor de apostas e não permite que jogadores e pessoas do entorno do futebol apostem. Recentemente, o atacante Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso por oito meses de todas as atividades relacionadas ao futebol por violar regras de apostas esportivas no país.

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