SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A atriz Piper Laurie morreu neste sábado (14) aos 91 anos. A informação foi confirmada pela agente da artista, Marion Rosenberg, à revista Variety. A causa da morte não foi divulgada.
Laurie teve uma carreira marcada por grandes papéis no cinema e na televisão. Nas telonas, ela marcou gerações com papéis nos filmes “Desafio à Corrupção”, de 1961, e “Carrie, a Estranha”, de 1976, que renderiam a ela duas indicações ao Oscar. Ela ainda disputou o prêmio pelo drama “Filhos do Silêncio”, de 1987, mas nunca venceu a estatueta.
A atriz também é bastante conhecida na televisão por seu trabalho no seriado “Twin Peaks”, criado por David Lynch e Mark Frost nos anos 1990. Na produção, ela viveu Catherine Martell, membro da elite da cidade onde a história se passa e que movia as conspirações da região.
Pelo papel, ela recebeu duas indicações ao Emmy Awards, mas ela venceu o prêmio antes, em 1984. Naquele ano, ela foi coroada pela entidade como a melhor atriz coadjuvante de uma minissérie ou especial para a televisão, graças a seu papel em “A Promessa”. Sua última indicação à premiação foi em 1999, por uma participação no seriado “Frasier”.
Nascida em 1932, Laurie chegou a se aposentar da carreira de atriz em meados dos anos 1960 por falta de oportunidades. Ela optou por abandonar tudo e criar uma família mesmo depois da indicação ao Oscar por “Desafio à Corrupção”, onde brilhou como a jovem alcoólatra que acompanha o personagem de Paul Newman. Nesse período, ela também se destacou em “Famintas de Amor”, de 1957, também com Newman e dirigido por Robert Wise.
Sem espaço na indústria, ela se desligou de um contrato fixo com a Universal e se casou com Joseph Morgenstern, escritor que trabalharia ainda como crítico de cinema na indústria.
As dificuldades caíram por terra nos anos 1970, quando voltou com uma sequência matadora de projetos. A começar pelo revival de “O Zoológico de Vidro” na Broadway e de uma colaboração para a série infantil “Nova”, no canal americano da PBS.
Os dois maiores papéis que a devolveram ao prêmio da Academia, curiosamente, envolviam mães: em “Carrie”, ela vivia a ameaçadora matriarca que controlava a filha com poderes telecinéticos, interpretada por Sissy Spacek. Já em “Filhos do Silêncio”, seu trabalho como a fria mãe da protagonista feita por Marlee Matlin rendeu elogios na imprensa especializada.
Ela ainda trabalhou em produções como “O Mundo Fantástico de Oz”, uma sequência de “O Mágico de Oz” feita em 1985 pela Disney, e a adaptação de “O Vento Será Tua Herança” para a TV em 1999, onde trabalhou com George C. Scott e Jack Lemmon.
Seu último trabalho foi em 2018, quando fez um papel secundário em “White Boy Rick”, de Yann Demange. Desde então, colaborou em duas séries feitas no formato de podcast, “Around the Sun” e “Carcerem”.