Moradores de SP completam 17 horas sem energia após chuva

(FOLHAPRESS) – A forte chuva que atingiu diversas regiões do estado de São Paulo na tarde de segunda-feira (8) deixou milhares de consumidores sem energia elétrica. Na capital, há relatos de imóveis no escuro há cerca de 17 horas. A Enel afirma na manhã desta terça-feira (9) que restabeleceu o fornecimento para cerca de 70% dos clientes atingidos.

Os fortes ventos, que chegaram a 76 km/h, diz a Enel, causaram queda de árvores e galhos danificando trechos da rede elétrica. Os municípios mais atingidos na área de concessão foram São Paulo e Santo André.

Na capital paulista, Moema, Vila Nova Conceição, Jardim Paulista, Planalto Paulista, Jabaquara, Vila Mariana, Pedreira, Pirituba, Centro e Itaquera foram os bairros mais afetados.

Nos Jardins, na zona oeste, alguns quarteirões seguiam sem luz na manhã desta terça. A região entre a rua Batataes e a avenida Paulista, na área compreendida entre as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Faria Lima, ficou sem energia por volta das 15h da segunda.

Inicialmente, a Enel previu o retorno da eletricidade para as 18h30 de ontem, depois passou o prazo para 20h30. A seguir, deixou de informar e, nesta manhã, afirmou que o problema deve estar resolvido até as 10h.

A região foi fortemente atingida pelas chuvas. Árvores caíram em ruas importantes, como as alamedas Joaquim Eugênio de Lima e Campinas, e em travessas como a Batataes. Houve diversos pontos de alagamento e fios da rede elétrica ficaram expostos, derrubados por galhos.

A publicitária Mariana Santos, 32, que vive em Moema, ficou sem energia desde às 15h30. “Perdi reuniões, tive que parar de trabalhar”, afirmou. Ela disse que a luz chegou a voltar às 20h30, mas três minutos depois voltou a cair e não retornou. “Eu mandei SMS e tentei registrar a queda de energia via aplicativo, mas pedem tanta informação que eu desisti de preencher.”

A social media Petra Prado, 24, também foi uma das clientes afetadas. Ela, que mora no Tucuruvi, zona norte da capital paulista, ficou sem luz das 16h até às 20h30.

“Geralmente, tem um retorno mais breve. Mas, nos últimos tempos, tem rolado uns picos mesmo sem chuva, caindo e voltando”, afirma ela que trabalha em casa.

A companhia afirmou que aumentou as equipes em campo e manobras remotas via sistema de telecomando para minimizar o impacto aos clientes.

“Técnicos da companhia atuam desde a tarde de ontem, inclusive durante a madrugada, para reconstruir os trechos da rede de distribuição danificados. Cerca de 800 equipes seguirão trabalhando ao longo do dia para restabelecer a energia para todos”, afirmou.

Na capital, a força do vento derrubou a estrutura metálica usada na manutenção da marquise do parque Ibirapuera. Ao menos quatro pessoas ficaram feridas sem gravidade e foram encaminhadas ao hospital Albert Einstein.

Uma das vítimas foi levada ao hospital com suspeita de ter fraturado uma costela e outra com contusão nos membros superiores. Outra pessoa teve escoriações e foi atendida pelos bombeiros.

Procurada, a Urbia, concessionária que administra o parque, informa que o local foi fechado para o público, às 16h, desta segunda após a tempestade com ventos fortíssimos que atingiram a região. “O evento climático provocou impactos na infraestrutura e derrubou árvores no parque”, afirmou a concessionária.

Diversos frequentadores reclamaram nas redes sociais que o parque amanheceu fechado nesta terça, quando deveria ter aberto às 5h. A Urbia foi procurada nesta manhã, mas ainda não respondeu se há previsão de reabertura.

De acordo com a Defesa Civil estadual, esta terça será ensolarada e com sensação de abafamento em todo o estado. Porém, ao longo do dia, a soma deste calor com a umidade proveniente do oceano e da Amazônia, criarão condições para pancadas de chuva forte, seguidas por raios e vento.

MILHÕES SEM LUZ

Após o temporal que atingiu São Paulo, em 3 de novembro de 2023, 2,1 milhões de clientes ficaram sem energia em 24 cidades da região metropolitana de São Paulo -parte deles ficou até uma semana com o fornecimento interrompido.

Diante dos problemas, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a pedir o cancelamento do contrato com a Enel.

O Ministério da Justiça abriu um processo administrativo nesta no último dia 19 de dezembro contra a Enel por conta do episódio.

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