Missão impossível no WSL Finals? Tati Weston-Webb sem pressão e Ítalo Ferreira quer intensidade

“Estou me sentindo super leve, ótima, confiante e orgulhosa de mim mesma.” Após marcar seu nome na história do surfe nacional feminino com a conquista da prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Tatiana Weston-Webb se prepara para uma “missão impossível”: se tornar a primeira mulher a conquistar a WSL (Circuito Mundial de Surfe) Finals e uma medalha olímpica no mesmo ano. Após uma temporada atípica, muito em função da realização da Olimpíada em julho deste ano, Tati se apoia justamente no objetivo conquistado nas águas de Teahupoo para entrar na luta pelo título do Mundial. Mas se engana quem pensa que a responsabilidade vem pesando nos ombros dessa gaúcha radicada no Havaí.

 

“Não estou sentindo pressão. Na verdade, é o oposto. Ganhar a medalha de prata foi um sonho realizado. Depois disso, caiu muito a responsabilidade. É por isso que eu fui tão bem, lá em Fiji (terminou em segundo lugar na etapa de Cloudbreak). Na verdade, estou me sentindo orgulhosa”, afirmou a brasileira.

Competição que define o campeão mundial, o WSL Finals reúne os cinco primeiros colocados dos rankings feminino e masculino dentro do formato eliminatório. A edição deste ano acontece em Trestles, na Califórnia.

Questionada sobre estratégia para conseguir o título, Tati foi direta ao ponto. “Vou acreditar em mim e fé em Deus. Tenho bastante confiança e nada a perder nessas finais. Estou me sentindo super bem. Minhas pranchas são ótimas e estou gostando muito do meu surfe. É só encaixar no dia e tomar boas decisões nas baterias”, comentou.

Na quinta colocação do ranking do Finals, só a vitória interessa à brasileira para ficar com o troféu. Diante desse cenário, ela não quis apontar a rival mais difícil a ser batida. “Não penso em nenhuma adversária, só em mim. Sei que a primeira bateria vai ser contra a Molly Picklum (da Austrália). Estou só pensando nisso”, comentou.

Em caso de triunfo, a segunda adversária nesta lista é Brisa Hennessy, da Costa Rica, terceira na lista. Caroline Marks, dos Estados Unidos, fica na espera de quem vencer essa disputa. A final vai ser contra a também americana Caitlin Simmers, a número um.

Com essa maratona pela frente, Tati se apega ainda mais na parte psicológica e na eficiência do seu estafe. “Estava falando com a minha psicóloga para conseguir manter essa emoção alta. Confio no meu time”, declarou.

ÍTALO FERREIRA BUSCA O SEGUNDO TÍTULO NA WSL

Intensidade. Essa tem sido a rotina de treinos de Italo Ferreira desde que garantiu um lugar (5ª posição) entre os cinco melhores do ranking para buscar o seu segundo título na WSL. Campeão do circuito em 2019, e medalha de ouro nos Jogos de Tóquio-2020, que foram realizados em 2021, ele vem se dedicando ao máximo para voltar a ser o melhor do mundo.

“É a terceira vez que me classifico para o Finals. Em 2022, fiquei bem próximo e perdi para o Filipe (Toledo). Agora vou ter a chance de repetir novamente começando na quinta posição”, afirmou o surfista que procurou mostrar um lado positivo em cima do fato de ter que vencer todas as baterias para ficar com o troféu.

“É uma jornada longa, quase uma missão impossível, mas estou preparado. O legal do quinto (lugar) é que você vem passando de um por um e vai ganhando confiança. Hoje em dia consigo disputar de igual para igual com qualquer um. Venci no Taiti, perdi em El Salvador e ganhei no Brasil. É o que meu pai fala: se deixar chegar, vão ter de aguentar”, comentou o brasileiro em entrevista coletiva.

Ítalo abre a disputa contra o quarto colocado Ethan Ewing. Em caso de vitória, ele enfrenta o também australiano Jack Robinson, terceiro da lista. Nesta maratona, Griffin Colapinto é o próximo a ser batido. A bateria que vale o título vai ser contra o havaiano John John Florence. “É tentar definir logo no início para conseguir manter o ritmo até o final”, disse.

No masculino, o Brasil pode chegar ao oitavo título em dez edições. Já no feminino esta pode ser a primeira conquista. Independentemente do resultado, a chegada com dois representantes nacionais no Finals mantém a tradição brasileira de sempre estar na briga. Vale lembrar que desde que a WSL adotou o formato Finals para definir o campeão mundial, só os brasileiros venceram entre os homens. Em 2021, o troféu ficou com Gabriel Medina. Nas duas edições seguintes, a taça do circuito mundial foi para as mãos de Filipe Toledo.

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