(FOLHAPRESS) – O governo de Minas Gerais vai decretar emergência de saúde após explosão no número de casos de dengue no início deste ano.
Boletim publicado pela secretaria estadual da saúde aponta 11.490 casos da doença até 22 de janeiro. Em 2023, foram 1.523 casos registrados nos primeiros 23 dias do ano, segundo documento divulgado pela pasta.
Uma pessoa morreu em decorrência da doença neste ano e outros 14 óbitos estão sob investigação. Segundo o secretário de estado de saúde, Fábio Baccheretti, o decreto de emergência será publicado neste sábado (27) no diário oficial.
Nesta quinta (25), o Ministério da Saúde anunciou que 22 municípios do estado estão entre os escolhidos para receber doses da vacina contra dengue. De acordo com a pasta, as regiões selecionadas atendem a critérios como ter ao menos um município com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença e circulação do sorotipo 2.
As cidades ficam nas regiões de saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano. Regiões de saúde são conjuntos de cidades próximas que partilham características semelhantes. É uma medida usada para melhor organizar o planejamento e a execução de ações e serviços na área.
Os municípios de Minas que vão receber as doses são Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Nova Lima, Caeté, Rio Acima, Jaboticatubas, Raposos, Belo Vale, Moeda, Nova União, Taquaraçu de Minas, Coronel Fabriciano, Timóteo, Pingo d’Água, Antônio Dias, Marliéria, Santa Maria de Itabira, Jaguaraçu Dionísio e Córrego Novo.
O imunizante será destinado a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que responde pela maior parte das internações pela doença no país. A expectativa é de que a campanha de vacinação seja iniciada em fevereiro.
O primeiro lote com 750 mil doses de vacina a serem oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou ao Brasil no sábado (20). A entrega faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina que foram fornecidas sem custos ao governo brasileiro pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde informou que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante -chamado Qdenga- disponíveis pelo fabricante para este ano. Elas serão entregues por etapas até o mês de novembro.
A chegada das primeiras doses ocorre em meio a uma escalada de dengue no país.
O secretário Baccheretti avalia que dois motivos foram responsáveis pela alta nos casos de dengue em 2024: as altas temperaturas registradas no estado, o que ajuda na reprodução do Aedes aegypti, e o relaxamento da população em relação aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito, deixando, por exemplo, pratos e vasos de plantas com água.
“Por algum motivo houve relaxamento nos cuidados. Se tem dengue é porque tem mosquito. Se tem mosquito, tem criadouro. E 90% dos criadouros estão dentro das residências”, diz o secretário.
Baccheretti afirma que, com o decreto de emergência, será possível facilitar procedimentos para compra de medicamentos e equipamentos para estabelecimentos públicos de saúde do estado. Ele projeta o pico nos casos de dengue em Minas para o final de fevereiro.
“O decreto é fundamental para o tempo de resposta para a doença”, argumenta o secretário. “Será possível comprar insumos como soro de reidratação e equipamentos para atendimento em postos de saúde e hospitais”, diz.
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