Meta remove vídeo falso de Haddad feito com IA que citava ‘imposto do cachorrinho’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Meta removeu nesta sexta-feira (10) um vídeo falso feito por IA no qual um clone virtual do ministro Fernando Haddad tratava da criação de impostos sobre transações via Pix e animais de estimação, a pedido da AGU (Advocacia-Geral da união (AGU). O vídeo foi compartilhado pelo ex-ministro e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS).

 

A medida foi confirmada pela big tech em email enviado à AGU. O órgão solicitou, na quinta-feira (9), a remoção do conteúdo, que viralizou pela menção a um suposto “imposto do cachorrinho”, em até 24 horas.

“A postagem, manipulada por meio de inteligência artificial, contém informações fraudulentas e atribui ao ministro declarações inexistentes sobre a criação de um imposto incidente sobre animais de estimação e pré-natal”, diz a notificação extrajudicial.

O gigante da tecnologia cooperou com o governo, na primeira ação sobre uma peça desinformativa após o CEO Mark Zuckerberg anunciar um afrouxamento das regras de moderação e o fim do programa de checagem de fatos de suas redes sociais nos Estados Unidos. A medida ainda pode ser ampliada para o resto do mundo.

Também na quinta, o ministro Fernando Haddad publicou nas redes sociais um vídeo para desmentir as informações falsas.

“Imposto sobre Pix, mentira. Imposto sobre quem compra dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira. Pessoal, vamos prestar atenção, está circulando uma fake news. Prejudica o debate público, prejudica a política, prejudica a democracia”, disse o ministro.

O vídeo também foi compartilhado em outras redes sociais, como o X (ex-Twitter), mas não há informações sobre se a plataforma de Elon Musk agiu para conter a circulação da fake news.

Nos últimos dias, também circularam nas redes uma informação falsa de que a Receita Federal taxaria as transações via Pix.

A fake news surgiu após uma medida que amplia a fiscalização sobre transações digitais entrar em vigor, no último dia 1º de janeiro.

Desde o dia 1º, o serviço de monitoramento de transações financeiras foi ampliado para transferências Pix que somam ao menos R$ 5.000 por mês, no caso de pessoas físicas. Para pessoas jurídicas, o montante estabelecido foi de R$ 15 mil mensais.

Agora, operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, como bancos digitais, deverão notificar à Receita Federal operações que ultrapassem esses valores. A norma já se aplicava para bancos tradicionais e cooperativas de crédito, bem como para outras modalidades de transação.

A nova norma “não implica qualquer aumento de tributação” e visa apenas melhorar o “gerenciamento de riscos pela administração tributária”, disse a Receita.

“Essas coisas são mentirosas e às vezes elas misturam com uma coisa que é verdadeira para confundir opinião pública”, criticou Haddad.

Segundo o ministro, a “única coisa verdadeira” é que o governo vai tributar as empresas que atuam no segmento de apostas esportivas, as chamadas bets, e os cassinos virtuais.

“São casas de apostas que lucram uma montanha de dinheiro. Essas casas de apostas vão ter que pagar impostos devidos como qualquer outra empresa instalada no Brasil. Fora isso, é tudo falso”, afirmou.

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