Kennedy Jr. não se qualifica para debate e perde chance de ter holofote nos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O candidato independente à Presidência dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., não deverá participar do primeiro debate na campanha deste ano, que ocorrerá no próximo dia 27. Segundo a rede CNN, ele não atingiu os pré-requisitos até o prazo limite desta quinta-feira (20). O político diz ser alvo de um conluio.

A campanha do político considerava a participação no evento como a grande oportunidade para aumentar a sua visibilidade na corrida à Casa Branca. Segundo o jornal The New York Times, 73 milhões de pessoas assistiram ao primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump em 2020, e Kennedy Jr. teria tido a chance de confrontar seus adversários diante de uma grande audiência.

A CNN, anfitriã do debate, informou que apenas Biden e Trump atingiram os critérios. As condições incluíam obter pelo menos 15% de apoio dos eleitores em quatro pesquisas nacionais e ser considerado apto para aparecer em cédulas estaduais suficientes que possam garantir a vitória no pleito.

Kennedy atingiu os 15% em apenas três das pesquisas aceitas até esta quinta e, de acordo com a contagem da CNN, havia se qualificado para a votação em apenas seis estados, o que não seria suficiente para ganhar a eleição. Depois do anúncio de que não havia cumprido os requisitos, o político acusou a emissora de americana de conluio com as campanhas de Biden e de Trump.

“Os presidentes Biden e Trump não me querem no palco do debate, e a CNN concordou ilegalmente com a exigência deles”, disse Kennedy em comunicado. “Minha exclusão do debate pelos presidentes Biden e Trump é antidemocrática, antiamericana e covarde.”

A campanha de Kennedy solicitou que a Comissão Eleitoral Federal tome providências e impeça a CNN de realizar o debate caso não sejam feitas alterações. A comissão não havia se manifestado sobre o pedido.

“Se o debate for adiante sem o senhor Kennedy, a campanha pretende levar a questão adiante pelo tempo que for necessário para obter justiça contra esses atos ilegais”, disse a campanha em comunicado. A CNN rejeita as acusações.

Para Kennedy, o próximo grande obstáculo é realmente conseguir entrar na cédula. Dos seis estados pesquisados, ele até agora se qualificou apenas para a cédula de Michigan. Isso porque, nos EUA, conseguir se inscrever como candidato à Presidência é um processo que varia de estado a estado e, por isso, requer uma despesa considerável com advogados e organizadores.

O pleito ocorre em novembro. Tanto Biden quanto Trump vêm sendo pressionados pelos canais de televisão americanos a se comprometerem com mais embates. As cinco maiores redes e a agência Associated Press enviaram uma carta às campanhas apelando para que os eventos sejam realizados.

Para os assessores de Biden, o atual presidente têm potencial para expor Trump ao exigir que ele se posicione sobre questões polêmicas, incluindo o aborto. Já a equipe do republicano acredita que eventuais deslizes verbais do democrata podem amplificar as preocupações do eleitorado com os seus 81 anos -mesmo que o ex-apresentador de TV apenas três anos a menos.

Ainda segundo o New York Times, nenhum candidato independente participa de um debate nacional desde 1992, quando a campanha do bilionário texano Ross Perot ganhou impulso suficiente para lhe garantir um lugar ao lado do então presidente George Bush e de Bill Clinton, à época governador do Arkansas.

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