Jared Leto é otimista em meio ao caos no novo disco do Thirty Seconds To Mars

ALESSANDRA MONTERASTELLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em 2018, os Estados Unidos passavam pelo segundo ano do governo ultraconservador de Donald Trump. As políticas migratórias, a crise diplomática com a Coreia do Norte, o aumento progressivo da população carcerária e o vício em opioides voltavam a chamar a atenção no país.

Foi naquele momento que Jared Leto lançou “A Day In The Life Of America”, documentário que abordava a divisão política nos Estados Unidos por meio da filmagem de um 4 de julho, dia da Independência. O longa acompanhou a estreia de “America”, quarto álbum de estúdio do Thirty Seconds To Mars, banda formada por Leto e seu irmão, Shannon.

Apesar das letras narrarem emoções à flor da pele, havia certo tom de otimismo, ainda que sombrio, nas canções –provado, por exemplo, no refrão de “Walk On Water”, que afirma que os tempos estão mudando.

E mudaram, pelo menos para os irmãos Leto, que voltam após cinco anos com o álbum “It’s the End of the World But It’s a Beautiful Day”.

Como o próprio título sugere, as canções do disco apostam em enxergar a vida pela ótica do copo meio cheio, apesar dos seus percalços, e a denúncia política sombria deu lugar a uma melancolia contornável.

É o que mostram as faixas “Life Is Beautiful” e “Seasons”, que falam sobre a aceitação de erros, o distanciamento entre pessoas e o enfrentamento de situações difíceis.

“Eu sou um cara otimista no final das contas”, diz Jared Leto, por videochamada, enquanto come uma torrada com abacate. “[O título do álbum] é uma metáfora para reconhecer que, apesar de estarmos vivendo tempos incertos e cheios de conflito, ainda há esperança”, diz.

O otimismo é reforçado pelas batidas pop que compõem as canções do disco, que acompanha as mudanças introduzidas pelo seu antecessor. O álbum “America” representou a consolidação de um desvio sonoro do que a banda, formada em 1998, produziu em seus primórdios que a levaram ao sucesso.
O rock alternativo de acordes pesados e frenéticos, puxado para o emo, deu lugar a um pop eletrônico mais compatível com as tendências das rádios.

“Sinto como se fosse um novo começo, uma nova banda. Não sentimos que estamos competindo com o nosso passado”, diz Leto. Ele cita, porém, “Avalanche” como uma das suas faixas favoritas do novo álbum, por ser uma música que, em suas palavras, poderia estar no primeiro disco da banda –dominado pelo som da guitarra e da bateria.

“Lost These Days”, a penúltima música de “It’s the End of the World But It’s a Beautiful Day”, é a outra faixa que desvia do pop eltrônico, mas pelo caminho do acústico. “É uma música muito íntima. Eu sinto quase como se estivesse falando com alguém”, diz.

Nos últimos cinco anos, Leto seguiu com a sua já consolidada carreira como ator, com participação em “A Mansão Mal-Assombrada”, da Disney, e como vampiro e protagonista em “Morbius”, da Marvel e HBO, além de interpretar Paolo Gucci no filme da grife italiana com Adam Driver e Lady Gaga.

Ele também está confirmado para o filme “Tron: Ares”, com estreia prevista para 2024. Em respeito à greve dos atores e roteiristas de Hollywood, Leto não falou sobre a vida de ator.

Além das telonas, o cantor também já mostrou se interessar pela moda e não é incomum que ele chame atenção em premieres ou eventos. O último caso foi no Met Gala, em maio, quando Jared Leto subiu as escadas do Museu Metropolitan, em Nova York, vestido de felino em homenagem à gatinha branca Choupette, do estilista alemão Karl Lagerfeld.

A paixão pelo mundo fashion é perceptível no clipe minimalista e gravado em branco e preto de “Stuck”, música que abre “It’s the End of the World But It’s a Beautiful Day”, em que a câmera centraliza diferentes modelos enquanto dançam –destacando as roupas chamativas.

No clipe, Leto está com seu comum lápis preto no olho, peito nu e casaco felpudo. “Não estou interessado nos negócios da moda, mas em pessoas fazendo arte”, diz.

A estética minimalista do novo disco é, aliás, motivo de comemoração. “No Thirty Seconds To Mars, nós sempre tentamos ser o máximo possível, e maximalizamos o som e a dimensão de tudo.” Mais uma vez, Leto se sente aliviado de sentir que está tomando outra direção. “Quando mais simples, melhor.”IT’S THE END OF THE WORLD BUT IT’S A BEAUTIFUL DAY
Onde: Disponível nas plataformas de streaming
Autoria: Thirty Seconds to Mars
Gravadora: Concord

Leia Também: Hugh Jackman e Deborra-lee se divorciam após 27 anos de casamento

Gostou deste conteúdo? Compartilhe...

Facebook
Twitter
Email
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Patrocinador:

Ultimas Notícias