SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O hospital onde está internada a brasileira Cláudia de Albuquerque Celada, que ficou paralisada após contrair uma bactéria rara nos Estados Unidos, vai pagar o transporte dela de volta ao Brasil.
Hospital decidiu bancar retorno para dívida da família não aumentar, afirma a irmã de Cláudia. “Faz muito mais sentido para eles e para nós que a gente vá embora, porque cada dia que ficamos aqui, o preço aumenta. Eles têm plena noção de que a gente não vai conseguir pagar esses milhões para eles, então quanto menos a gente somar nessa dívida, melhor”, disse Luísa, em publicação nas redes sociais.
Família estima que conta do hospital chega a 2 milhões de dólares, cerca de R$ 10 milhões. “Se já é difícil para um cidadão americano pagar essa conta, imagina para um brasileiro”, acrescentou a irmã.
Custo de ambulância aérea é de 200.000 dólares, cerca de R$ 1 milhão. Como agora esse valor vai pago pelo hospital, Luísa diz que a vaquinha que a família estava fazendo para trazer Cláudia de volta será usada para pagar a dívida da internação.
“Essa é uma conta que vai seguir a gente de volta para o Brasil. Todo o dinheiro que seria para pagar a ambulância aérea vai ser para pagar a conta dela, que ainda vai acompanhá-la por muitos anos da vida dela.”
CLÁUDIA ESTÁ INTERNADA HÁ 2 MESES NOS EUA
A brasileira, de 23 anos, contraiu uma bactéria rara e desenvolveu botulismo. Ela foi aos Estados Unidos em novembro para fazer intercâmbio em Aspen, no Colorado.
Os sintomas evoluíram rapidamente. Luísa conta que Claudia começou a passar mal no final de fevereiro, depois que saiu do trabalho. “Ela tomou banho, jantou e foi se deitar, mas teve falta de ar, visão embaçada e tontura. Ela mandou mensagem para as amigas irem ao apartamento dela, mas elas só viram de manhã”, afirmou a irmã ao UOL.
A família foi comunicada no mesmo dia. Luísa conta que as amigas entraram em contato com ela relatando os sintomas e perguntando o histórico médico de Cláudia. Ela acompanhou a situação da irmã e, em uma semana, embarcou para os EUA após conseguir a emissão do visto emergencial de turista para entrar no país.
Cláudia está internada em Denver, no Swedish Medical Center. “Assim que comunicaram que ela ia ter que ser transferida daquele hospital que ela entrou em Aspen para um hospital em Denver, que é onde ela está agora, a gente sabia que o caso ia ser um pouco mais complicado. Ela foi transferida de helicóptero, foi intubada, então o caso já estava muito sério.”
O botulismo foi diagnosticado 15 dias depois. A irmã não sabe qual alimento estava contaminado com a bactéria. Em geral, o contato pode ocorrer por meio de alimentos em conservas e embutidos de vegetais e frutas, carne e derivados, pescado, frutos do mar, leite e derivados.