PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil segue em busca do paradeiro de Solirano de Araújo Sousa, 48, o homem filmado por câmeras de segurança atacando mulheres em ruas da Mooca e de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, em setembro. Sete vítimas registraram queixas contra o suspeito.
Os ataques ocorreram todos em um intervalo de uma hora e 20 minutos, no dia 13 de setembro. As vítimas têm idades entre 16 e 34 anos. Elas reconheceram o suspeito por meio de fotos apresentadas pela polícia. Em todos os casos Sousa chegou ao local a bordo de um Fiat Uno, já apreendido pela polícia.
“Tão logo começaram a correr essas imagens pela internet, que causaram todo essa comoção social, a gente começou a receber muitas denúncias. Foi aberto o inquérito, e em 24 horas já tínhamos a identificação do autor”, disse o delegado Ricardo Salvatori, titular do 57° DP (Parque da Mooca).
Conforme a investigação, o último contato de Sousa foi feito no dia 17, quando ele conversou com familiares. Na mesma data ele foi flagrado, por câmeras, saindo do veículo e entrando em um comércio na região da favela Elba, na zona leste. Segundo Salvatori, a data coincide com a última transação bancária feita pelo suspeito.
Por telefone, Sousa disse aos parentes não ser um estuprador, de acordo com a polícia. Familiares disseram aos investigadores que, durante a conversa, ele contou sua versão sobre os ataques.
“Ele confessou para a família, na versão dele, [que seria] tentativa de roubo, que a intenção era Pix. Ele é usuário de drogas, queria valor para comprar droga, enfim, as diligências foram rápidas e profícuas”, disse Salvatori.
Os policiais civis têm visitado hospitais e IMLs da capital e de cidades vizinhas na tentativa de encontrar Sousa. A investigação não descarta que ele possa ter sido morto por criminosos.
A hipótese ganha força com a informação de que o último sinal de geolocalização de seu celular apontou para a favela Elba. O Fiat Uno foi localizado abandonado no entorno da comunidade no último dia 18. O suspeito, que possui um mandado de prisão expedido pela Justiça pelos ataques, não mora no local, mas sim em outra favela na região.
“Ele está sem carro, sem poder financeiro, sem celular, e desapareceu a partir do dia 17. A investigação fez um cerco gigante. Se ele voltasse para a cidade de origem, a gente já tinha alertado, se ele se movimentasse com o carro, o que não aconteceu, a gente já tinha a identificação do veículo, que está cadastrado no CPF dele junto ao órgão de trânsito”, acrescentou o delegado.
OS ATAQUES
Um dos vídeos mostra o homem parando o automóvel em frente a uma escola estadual na região da Mooca. O suspeito sai e, quando uma jovem passa, ele a segura, abre a porta traseira do veículo e tenta arrastá-la para dentro do carro, mas ela consegue se soltar e sai correndo.
Outra imagem mostra o homem abordando duas mulheres em um ponto de ônibus, na rua Manuel Onha. O suspeito para o carro, desce e aborda a primeira vítima pelas costas. Ela consegue se soltar e corre. Ele continua parado no ponto até abordar outra vítima, que passava pela calçada. Ele a segura pela nuca, mas ela se solta e sai andando.