Guerra de Israel em Gaza tem características de genocídio, diz ONU

Um comitê especial da ONU, responsável por investigar possíveis abusos cometidos por Israel nos Territórios Palestinos Ocupados, afirmou nesta quarta-feira que as táticas militares empregadas por Israel na Faixa de Gaza exibem “características de genocídio.”

 

Segundo o comitê, desde o início do conflito em outubro de 2023, Israel teria adotado políticas que negam aos palestinos o acesso a recursos essenciais como alimentos, água e combustível. Os especialistas do comitê acusam Israel de usar a fome como “arma de guerra” e de aplicar “punições coletivas” contra a população palestina em resposta aos ataques realizados pelo grupo Hamas.

Essas conclusões se baseiam em declarações de autoridades e em bloqueios à entrada de ajuda humanitária, que, segundo o comitê, demonstram uma tentativa de usar recursos básicos para fins políticos e militares. A ofensiva israelense também teria criado um cenário de crise que compromete o futuro das gerações palestinas, segundo um relatório citado pela agência Europa Press.

O conflito atual teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas no sul de Israel, que resultou em aproximadamente 1.200 mortos e em sequestros. A resposta israelense à invasão de Gaza já contabilizou mais de 43.700 vítimas fatais, de acordo com autoridades locais.

Até fevereiro, as forças israelenses teriam utilizado mais de 25.000 toneladas de explosivos em Gaza, o que, segundo o comitê, representa quase o dobro da potência da bomba lançada sobre Hiroshima em 1945. Além disso, Israel foi acusado de usar tecnologia de inteligência artificial com supervisão humana limitada e armas de alto impacto, sem tomar as precauções necessárias para proteger civis.

O comitê também criticou Israel por censurar a mídia, controlar informações e reprimir manifestações contrárias, ações que incluiram campanhas contra a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina e outras entidades da ONU.

Apelos para que a comunidade internacional interrompa seu apoio à ofensiva israelense e ao “sistema de apartheid” na Cisjordânia foram incluídos no relatório, que será apresentado à Assembleia Geral da ONU na próxima segunda-feira em Nova York.
 

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