O caso Negreira, que analisa uma suposta corrupção empresarial e favorecimento ao Barcelona pelo Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da Espanha durante a direção de Victoriano Sánchez Armínio e José Maria Enríquez Negreira, de 2001 a 2018, segue dando o que falar. O recente boicote de atos institucionais do Sevilla para com o clube catalão antes do jogo da última sexta-feira, 29, por “repulsa pelas práticas de ex-dirigentes”, ultrapassou fronteiras no velho continente e chegou ao técnico do Manchester City, Pep Guardiola, que saiu em defesa do time pelo qual era técnico na época investigada.
De acordo com o atual vencedor da Liga dos Campeões, as glórias alcançadas pelo Barcelona no período foram por mérito e por terem sido “muito melhores que os rivais”. Junto a isso, reforçou que não soube de quaisquer pagamentos do clube à árbitros de campo que pudessem ter manipulado resultados de jogos ou gerado lucro. Para ele, é preciso esperar o processo correr na justiça antes de qualquer opinião.
“Espere para ver, deixe a justiça continuar seu processo”, disse Guardiola em coletiva de imprensa neste sábado. “Não vi e nem li que o Barcelona realmente pagou um árbitro para ter lucro. É por isso que quero esperar para dar minha opinião”, completou o treinador do Manchester City, na contramão do que fizeram rivais do Barcelona, como Sevilla e Real Madrid, que já se colocaram como partes prejudicadas no caso.
“Nos nossos dias, vencemos porque fomos muito melhores que os nossos rivais. E quando não estávamos, não ganhamos, mas a justiça decidirá o que realmente aconteceu”, completou Guardiola. Dos títulos mais importantes conquistados pelo técnico em seu período clube catalão, destacam-se duas Ligas dos Campeões, dois Mundiais de Clubes e três Campeonatos Espanhóis.
As denúncias do caso Negreira explodiram em março deste ano. Elas sugerem que o Barcelona teria enviado um valor global de 7,3 milhões de euros (cerca de R$ 38,89 milhões em conversão direta) a José Maria Enríquez Negreira enquanto ele cumpria suas funções no CTA. Em outras palavras, o clube teria sido ajudado pela arbitragem nesse mesmo período.
No começo do mês, a Guarda Civil da Espanha notificou que o comitê de árbitros da federação local não foi “imparcial” e que teria tido “operações irregulares” durante a administração dos dirigentes investigados. Além disso, o relatório divulgado pela entidade ressaltou o grau de influência que Negreira teve no corpo diretivo dos árbitros. De momento, não há qualquer condenação ao Barcelona no caso ou prova de manipulação em campo.