General que supervisionou projeto de palácio atribuído a Putin morre na prisão

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um general russo que chefiou a construção de um palácio avaliado em R$ 6,3 bilhões atribuído ao presidente Vladimir Putin foi encontrado morto na prisão, segundo o tabloide britânico The Sun.

Gennadi Lopirev, 69, teria adoecido na última segunda-feira (14), quando apresentou dificuldades respiratórias. Médicos que o atenderam disseram que ele tinha leucemia, doença que não havia sido diagnosticada até então. O The Sun, porém, aponta suspeitas de que o militar tenha sido envenenado a poucos dias de entrar com um pedido de liberdade condicional.

O caso é o mais recente das várias mortes em circunstâncias suspeitas ou misteriosas na Rússia. É ainda o segundo óbito de um militar do alto escalão russo em 24 horas. Pouco antes, o general Gennadi Zhidko, 58, também havia sido encontrado morto -ele foi expulso do comando militar em outubro passado, após tentativa fracassada de capturar a cidade de Kharkiv, no leste ucraniano.

O general Lopirev foi condenado a dez anos de prisão em 2017 por recebimento de propina e porte ilegal de munição -acusações das quais ele sempre negou. Antes de ser preso, ele era considerado próximo de Putin. Segundo o Serviço de Proteção Federal, o militar supervisionou o projeto do palácio Gelendzhik, supostamente construído com dinheiro público para uso pessoal do presidente russo.

O militar foi assessor de segurança de Putin e esteve ao lado do presidente russo em ocasiões importantes, entre as quais durante a visita do então premiê britânico, Tony Blair, a Moscou, em 2002.

O tabloide britânico diz que Lopirev parecia saudável na segunda, quando conversou com seu filho Alexander. Mas, pouco depois, ele reclamou de dificuldades para falar e respirar. Os sintomas seriam parecidos com os relatados por Alexei Navalni, opositor do presidente russo condenado a 30 anos de cadeia e que foi envenenado em 2020.

Lopirev teria sido levado a dois hospitais militares ainda na segunda. Segundo o filho do general, os médicos não encontraram nada conclusivo. Depois, ele morreu na prisão. “O chefe [da unidade médica] disse que o exame cardíaco havia voltado ao normal e os pulmões estavam limpos”, disse Alexander, acrescentando que considera a morte “suspeita”. “Foi tudo muito estranho e rápido.”

Além dos militares, mortes suspeitas de magnatas russos críticos à Guerra da Ucrânia, em curso há 18 meses, também chamaram a atenção. As mortes são atribuídas a doenças, suicídios ou acidentes, mas, segundo analistas, podem ser assassinatos disfarçados.

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