SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de cair nas graças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o nomeou para a chefia do Banco Central, e atingir um recorde de aprovação em sua sabatina no Senado nesta terça-feira (8), agradando até a oposição, Gabriel Galípolo começa a conquistar também as redes sociais.
O economista de 42 anos -cuja ascensão acelerada no governo Lula tem sido atribuída à habilidade no trato e à desenvoltura com que circula no ambiente de Brasília- ganhou uma página de fãs no Instagram.
A fanpage, que tinha 276 seguidores até a conclusão desta reportagem, divulga trechos de falas de Galípolo em entrevistas e destaca fotos e frases do economista. Os comentários dos seguidores, em sua maioria elogiosos, exaltam até a aparência dele. “Quer casar comigo?? Rs”, diz uma internauta que assina como @crisvianasp. “Que homem lindo”, responde um perfil identificado como @iloveyoumaradona.
Sua popularidade ganha tração após a receptividade calorosa que recebeu de senadores, muito além dos aliados. Com apenas cinco votos contrários e 66 a favor, ele teve a maior aprovação em 25 anos no Congresso -o recordista anterior era Roberto Campos Neto, que em 2019 obteve 55 votos favoráveis e 6 contrários.
“Fico aqui olhando a sua simpatia e lamentando que o senhor vai ser presidente do Banco Central em um governo de esquerda”, disse a senadora e ex-ministra de Bolsonaro Damares Alves (Republicanos-DF) a Galípolo, que reagiu à fala com sorrisos. Antes de encerrar sua manifestação, ela ainda fez algumas previsões, dizendo que a lua de mel de Galípolo com Lula e com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) vai acabar.
Também ex-ministro de Bolsonaro, o agora senador Sergio Moro (União-PR) fez questão de esclarecer, três vezes, que suas críticas ao governo petista não são direcionadas ao futuro chefe do BC. “Cumprimento o senhor Galípolo e o parabenizo pela indicação (…) Espero que vossa senhoria seja bem-sucedido em manter a posição firme do Banco Central em relação aos descalabros da política econômica do governo Lula”, disse.
Ao fim da sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal do Brasil), Galípolo recebeu de Randolfe Rodrigues (PT-AP) um abraço afetuoso.
A simpatia a que Damares se refere é caracterizada em uma série de gestos, como acenos, sorrisos e piscadas que Galípolo tem o hábito de distribuir em eventos públicos, independentemente dos matizes ideológicos de seus interlocutores.
Seu tom conciliador foi elogiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que reconheceu um talento na articulação política do economista. Quando deixou o posto de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, em maio de 2023, para assumir a diretoria de Política Econômica do Banco Central, Lira disse que Galípolo foi importante na interlocução com o Congresso para debater temas de votações e que sua presença faria falta.
O maior dos elogios, até agora, Galipolo recebeu de Lula, que em uma entrevista concedida há poucos meses, quando foi questionado se já havia escolhido o sucessor de Campos Neto, o classificou como um “menino de ouro”.
Em maio do ano passado, conforme noticiou a coluna Mônica Bergamo, a curiosidade em torno do economista disparou nas estatísticas de buscas na internet. Quando seu nome foi anunciado como indicado pelo governo para seguir ao Banco Central, o termo “Gabriel Galípolo esposa” chegou ao sexto mais associado ao seu nome em pesquisas feitas no Google.
Sua popularidade nas redes sociais deu os primeiros sinais já em 2022, após a eleição de Lula, quando Galípolo participou como conselheiro econômico da campanha do petista e depois foi convidado para integrar a equipe de transição do novo governo. Já naquela época apareciam adjetivos como “gato” e “gatíssimo” no X, então Twitter.
O economista terá um mandato de quatro anos à frente do BC, entre 2025 e 2028.