SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cinco anos se passaram desde que Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank protagonizaram uma das maiores lendas urbanas da internet, o surubão de Noronha. Dono de uma pousada no arquipélago pernambucano, o casal foi apontado como organizador de orgias envolvendo vários artistas globais.
A fofoca tomou proporções extensas e saiu do controle. Giovanna admite que demorou um tempo para superar o mal-estar que sentiu na ocasião. Já Bruno sempre levou na brincadeira, e foi a partir dessa visão bem-humorada do ator que nasceu o novo projeto do casal para o YouTube, o talk show Surubaum.
“A gente resolveu se apropriar de algo que nos foi dado”, diz Gagliasso à Folha de S.Paulo. “Transformamos uma grande mentira em uma grande verdade. Agora o Surubaum existe”, completa Giovanna.
Focado em sexo e relacionamentos, o Surubaum é o terceiro programa da apresentadora no YouTube, campo que ela já domina há oito anos. Se nos primórdios do canal, Gio gravava em sua própria cama com apenas duas pessoas na equipe, hoje ela soma mais de cinco milhões de assinantes e emprega mais de 60 pessoas, inclusive o marido, que passou a reivindicar um salário.
“Pergunta quanto eu ganho? Não ganho nada. Ela paga salário até para a Fernanda [Paes Leme] e para mim, não?”, cobra Bruno. “Eu pago com amor”, responde Giovanna.
Ao contrário do vlog raiz que Gio estreou em 2016, o Surubaum tem cara de superprodução: cenário elaborado, quadros fixos e até efeitos especiais. Mas levá-lo à TV não é uma opção. É à internet que o projeto pertence, pontua. Em abril, ela estreia o programa Quem Não Pode Se Sacode, na GNT. O spin-off foi a solução sugerida pela emissora após a recusa de Giovanna em levar seu Quem Pode Pod à televisão. A liberdade que a internet oferece é indispensável para a fórmula de sucesso de seus podcasts.
PAPO ÍNTIMO
No primeiro episódio do Surubaum, que vai ao ar nesta terça-feira (5), às 19h, Marina Sena e Juliette entregam quais são suas posições sexuais favoritas, revelam os lugares mais estranhos que já transaram e até descrevem como deve ser uma preliminar ideal.
Bruno atribui essa desinibição dos entrevistados ao talento da parceira em deixar as pessoas à vontade. “É uma qualidade da Giovanna como apresentadora”, elogia. “Todos os podcasts dela têm essa linha de intimidade, de leveza, as pessoas já chegam dispostas a falar coisas íntimas que nunca falaram para ninguém.”
Para Gio, o segredo está no fato de também ser artista. “Eu sou entrevistada o tempo todo, então as pessoas confiam em mim porque, como eu também estou do outro lado, não vou deixar ninguém em maus lençóis. Existe essa cumplicidade. Isso deixa as pessoas livres e seguras e o papo flui sem medo”, diz.
Bruno, que no primeiro episódio acabou revelando uma aventura sexual que viveu com outra mulher, acrescenta que o formato deixa os próprios apresentadores vulneráveis. “A gente acaba respondendo as perguntas também, falando sobre nossas inseguranças”, diz. Gio assegura que mencionar relações passadas não gera climão dentro de casa. “Somos muito analisados pela nossa terapeuta de casal”.
Nos nove episódios já gravados do Surubaum, os convidados participam sempre em duplas, trios e casais, nunca sós. “Acima de quatro pessoas já é suruba”, diz Bruno. O formato grupal é mais um elemento que facilita a desenvoltura dos entrevistados. “A ideia é todo mundo se sentir à vontade e falar sem medo, sem máscara e sem tabu”, diz Gio.
LIBERDADE FEMININA
Giovanna também vê o novo trabalho como uma oportunidade de compensar algo que lhe fez falta na juventude: a representatividade de mulheres falando sobre sexo.
“Comecei minha vida sexual com pouca informação e pouca consciência. Durante muito tempo, eu não sabia que o meu prazer era o mais importante, e não dar prazer ao outro. Teria sido diferente se eu tivesse tido diálogo e referências, e acho que é isso que quero fazer com esse programa”, diz. “A Marina é um mulherão da porra. Acho tão lindo ela falando sobre sexo, livre do jeito que ela é. Queria ter tido uma Marina Sena na minha adolescência”, diz.
Uma das frases de Marina Sena no primeiro episódio é: “Eu parecia uma vaca no cio”. Já Juliette revelou que cometeu uma infração de trânsito ao fazer sexo oral enquanto o parceiro dirigia na estrada.
Quanto ao sexo grupal, Giovanna e Bruno preferem deixar apenas de inspiração para o título do podcast. Casados, pais de três filhos e monogâmicos há 14 anos, eles afirmam “não ter talento” para abrir a relação. “Sou muito ciumenta, ele também, não conseguiríamos. Dá para viver 14 anos sendo monogâmicos sim, estamos felizes da vida e ainda falta muita coisa para a gente descobrir junto”, diz Gio.
Nesse sentido, o Surubaum é um passo adiante no relacionamento. Ter um projeto juntos era um sonho antigo do casal. “É resultado do que construímos até aqui. Já chegamos a trabalhar juntos, mas era projeto dos outros. Tínhamos esse sonho de fazer um projeto nosso”, diz Bruno.
VISITA INUSITADA
Durante a apresentação do Surubaum à imprensa, o casal foi surpreendido por Dilma Rousseff, que participava de uma reunião no mesmo hotel e entrou por engano na sala onde a equipe divulgava o podcast. Bruno fez questão de pedir uma pausa aos jornalistas para tietar a ex-presidente. “Todo mundo tá convidado para a nossa suruba, até a Dilma veio!”, brincou.