(UOL/FOLHAPRESS) – O atacante Yuri Alberto só tem chance de voltar a atuar nesta edição do Campeonato Paulista nas fases finais do mata-mata -isso se o Corinthians se classificar. A reportagem ouviu dois médicos ortopedistas e um fisioterapeuta que comentaram a lesão na costela sofrida pelo atacante: fratura no oitavo arco costal.
SEM CONTATO POR MAIS DE UM MÊS
Yuri Alberto deve ficar de quatro a oito semanas fora de ação. Esse é o tempo estimado para a recuperação do jogador, já que a consolidação óssea demora pelo menos um mês.
Ele pode retomar os exercícios físicos antes, mas sem contato. Depois de cerca de 15 a 20 dias de repouso, o jogador em tese será liberado para fazer atividades separadas e sem impacto para não perder o condicionamento, além de fisioterapia.
Com esse prazo, o atacante só conseguiria retornar para disputar a semi ou a final do Paulista -que serão disputadas a partir do final de março. Ele se machucou no clássico contra o Palmeiras, no domingo, ao levar joelhada de Murilo na região da costela.
O caso só seria cirúrgico se ameaçasse algum órgão. O tratamento de fraturas na costela costuma ser conservador, sendo necessário um procedimento cirúrgico somente se houvesse risco de perfuração do pulmão, por exemplo.
Yuri sofrerá com dores, mas a chance de ter sequelas é muito pequena. A região não pode ser imobilizada e implica em dificuldade para respirar, mas não apresenta risco de maiores complicações quando recuperada.
TEMPO DE RECUPERAÇÃO
“Tempo de cicatrização e consolidação da fratura vai de quatro a seis semanas. Variação depende do organismo de cada um, distância entre fragmentos, mas a fase de calcificação começa em 4 semanas. Tendência que se calcifique em até oito semanas, algumas pessoas com seis semanas não têm mais dor, depende da evolução de cada caso”, diz Nemi Sabeh Jr, que tem experiência de 12 anos como coordenador médico da seleção brasileira feminina de futebol e membro do núcleo de especialidades do Hospital Sírio-Libanês.
“Deve evoluir bem com tratamento conservador. Como não dá para imobilizar o tórax, e se respira o tempo inteiro, normal que na respiração tenha um pouco de dor e leve um tempo a mais para cicatrizar, em torno de seis semanas”, complementa Alberto Gotfryd, ortopedista especialista em coluna pelo Hospital Albert Einstein.
Fratura entre quatro e seis semanas em média de tempo de consolidação. Uma média de umas oito semanas pelo menos para estar voltando, tempo de recuperação e tudo mais, para ser um pouco mais conservador. Antes de quatro semanas não dá porque não consolidou ainda”, afirma Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral.
TRATAMENTO
“Depois da melhora da dor inicial, já traz o atleta para fazer exercício sozinho. Durante 15 a 20 dias, é repouso relativo. A partir da melhora da dor, retoma trabalho de preparação física de cardio para não perder o condicionamento. Depois de três semanas, passa para musculação. O problema é o contato. Durante a calcificação, já consegue voltar para a academia, fazer trabalho sozinho. Depende muito da cicatrização e de como ele está confortável, de girar o corpo, fazer mudança de direção. Em 99% dos casos de fratura, gruda, não causa nenhum tipo de sequela”, diz Sabeh Jr.
“No futebol se está muito sujeito a lesões traumáticas. A costela é uma região meio chatinha para o tratamento porque não tem muito que se fazer. Lesão nessa região dói para respirar, demanda um trabalho de fisioterapia em conjunto e com tempo natural de reabilitação. Geralmente, não se faz muitas cirurgias, só quando tem risco de afetar algum órgão mais grave, fratura com desvio maior. Geralmente, não tem sequela. “Se respeitar o tempo certo no retorno, reabilitação, tende a não ter complicação”, afirma Sampaio.
“Durante essa fase de recuperação, ela não requer repouso absoluto. Depende muito de quanto causa de dor. Para jogador, muito importante manter preparo físico. Não vai jogar, mas consegue fazer bicicleta, musculação, vai manter o condicionamento e o tempo de um mês e meio é médio. Se tiver menos dor com tempo inferior, se sentindo bem e exames mostrarem consolidação avançada, talvez consiga voltar antes”, analisa Alberto.
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