FMI: para cumprir Acordo de Paris, mundo precisa cortar emissão de carbono além da meta inicial

O mundo não vai conseguir cumprir o Acordo de Paris caso mantenha o ritmo atual de redução das emissões de carbono, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em artigo publicado nesta segunda-feira, 27. O Fundo diz que as “políticas atuais não condizem com os compromissos do mundo”, e por isso é preciso revisar as metas de redução de carbono dos países, aumentar o preço da tonelada do carbono e aumentar a participação do setor privado na luta pela transição verde.

O FMI aponta que a luta contra o aquecimento global é uma questão muito mais complicada de reverter, mas pontua que o planeta está perdendo a simples meta de reduzir o aquecimento global a 1,5 grau Celsius até o fim deste século. “À medida que o mundo acorda para a escalada da crise climática, as tensões geopolíticas estão minando a capacidade global de se unir e coordenar ações conjuntas”, diz o artigo.

Para voltar à meta e limitar o aquecimento global a 2ºC até 2100, o Fundo diz que seria necessário propor um corte nas emissões em linha com os rendimentos per capita dos países. Como por exemplo: países de rendimento elevado precisariam reduzir suas emissões em 39%, enquanto países de rendimento baixo deveriam se concentrar em reduzir suas emissões em 8% até 2030. Para limitar o aquecimento do globo a 1,5ºC, os cortes deveriam ser ainda maiores, de 60% para os países com maior rendimento per capita.

Enquanto isso, o artigo também sugere que o preço da tonelada de carbono deve aumentar até 2030, como forma de fornecer “amplos incentivos” à redução de energia com utilização de carbono, e fomentar fontes limpas e tecnologia verde. Paralelo a isto, o investimento da iniciativa privada em energia verde deve aumentar de 40% para 90% do total do financiamento climático em economias emergentes e em desenvolvimento até 2030. “Isso significa uma ampla combinação de políticas para superar barreiras como riscos cambiais e políticos, mercados de capitais subdesenvolvidos e outras adversidades”, avalia o FMI.

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