A família do goleiro Jian Kayo, que foi encontrado morto em sua casa em fevereiro do ano passado, continua em uma batalha judicial por indenização. Eles buscam responsabilizar o São Paulo, clube pelo qual Jian jogou na base, pelo suicídio do atleta, que na época defendia o Ituano. A mãe de Jian, Márcia Soares, entrou com uma ação pedindo R$ 500 mil por danos morais, além de tratamento psicológico para lidar com o trauma da morte do filho. O processo corre em segredo de Justiça, e nem o clube nem a defesa da família comentaram o caso devido ao sigilo.
A família alega que Jian sofreu maus-tratos e bullying enquanto morava no Centro de Treinamento do São Paulo, o que teria contribuído para sua decisão de tirar a própria vida. Na ação judicial, consta que o jogador deixou uma carta explicando que esses abusos, especialmente relacionados a seu cabelo, afetaram seu bem-estar psicológico. Ele teria enfrentado bullying por parte de diretores, sendo pressionado a cortar o cabelo para voltar a jogar. A família afirma que o clube não oferecia suporte psicológico adequado para os atletas da base.
A mãe de Jian também destaca que o goleiro começou a mostrar sinais de depressão enquanto ainda vivia nos alojamentos do CT de Cotia, do São Paulo, e que ele chegou a falar sobre suicídio antes de deixar o clube. Jian foi dispensado do São Paulo em janeiro de 2021, após ser comunicado da decisão no final do ano anterior. A mãe acredita que os traumas vividos durante sua passagem pelo clube foram a causa de sua morte.
Em sua defesa, o São Paulo nega qualquer relação entre o tempo que Jian passou no clube e seu suicídio. O clube também alega que Jian vinha de uma família com sérios problemas comportamentais e de extrema pobreza, o que teria impactado seu estado mental. A defesa de Jian rebate, afirmando que a mãe criou dois filhos de forma saudável e acreditava que seu filho estava em um ambiente seguro, mas que, na verdade, ele estava sob forte pressão psicológica.
A disputa judicial continua, com a família buscando justiça e reparação pelo sofrimento que acreditam ter sido causado durante os anos que Jian passou na base do São Paulo. O processo segue em segredo de Justiça, enquanto ambas as partes aguardam novos desdobramentos.
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