Estado de SP implanta teste pioneiro para detectar nova variante da Mpox

(FOLHAPRESS) – A SES (Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo) implantou no último dia 12 testes PCR em tempo real que permitem a detecção da nova variante do vírus causador da Mpox.

 

A metodologia foi desenvolvida no Instituto Adolfo Lutz para fins de vigilância sanitária exclusivamente, e não de diagnóstico.

Segundo Adriana Bugno, diretora-geral da instituição, os testes disponíveis hoje para diagnóstico da Mpox são suficientes e adequados para a assistência. “O tratamento e o manejo clínico independem da identificação do clado. Mas a distinção é importante para a vigilância e a controle da doença no país pelas autoridades”, diz.

O Clado Ib é uma variante do Clado 1, que ficava restrita à República Democrática do Congo (RDC). O clado 2 foi o que causou a epidemia em 2022, que se se disseminou pela Europa e região das Américas. Menos agressivo, promovia uma doença mais leve.

Estudos indicam, no entanto, que infecções causadas pela nova variante são mais graves, mais transmissíveis e tem maior letalidade em relação ao clado 2. De maneira geral, o vírus mpox é transmitido por relações sexuais, contato direto com as lesões e por gotículas.

Hoje, o único método disponível para detectar a variante é o sequenciamento de genoma completo, cuja resposta demora no mínimo quatro dias e o custo da metodologia chega a ser de R$ 2.000 por amostra. Já o PCR em tempo real é uma alternativa mais rápida e custa R$ 190 por amostra, diz Bugno.

“Para toda amostra positiva no PCR em tempo real para Mpox, vamos fazer o PCR para distinção de clado por PCR em tempo real e, para toda amostra positiva para clado Ib neste PCR em tempo real, vamos fazer o sequenciamento de genoma completo”, explica.

Desde janeiro até o último dia 13, foram confirmados 577 casos da doença no estado, informou a SES. Até o momento, nenhum caso do novo clado foi registrado no território paulista.

O número é inferior aos 4.129 casos confirmados em 2022 no estado, durante a pico da doença.

O PCR em tempo real é uma técnica muito utilizada e específica para detectar o material genético de agente infeccioso em mostras de pacientes. Para o diagnóstico da Mpox, o PCR está disponível em laboratórios públicos e privados.

Os sintomas iniciais são febre, dor no corpo, prostração e aumento de gânglios. Após três ou quatro dias aparecem as lesões na pele.

A nova variante pode se disseminar pelo corpo comprometendo outros órgãos além da pele, como o pulmão, o intestino e o fígado.

Na semana passada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou a vacina de Mpox da Bavarian Nordic, a primeira desse tipo a ser aprovada pela agência para conter a propagação da doença em países africanos gravemente afetados.

A aprovação, conhecida como pré-qualificação, ocorre à medida que uma nova cepa do vírus se espalha da República Democrática do Congo (RDC), onde o surto atual começou no início de 2023, para vários países vizinhos.

A OMS declarou no mês passado a Mpox uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos, após um surto da infecção viral na República Democrática do Congo que se espalhou para países vizinhos.

Pesquisadores brasileiros do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) já estudam o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a doença.

A etapa atual é o estudo de aumento de produção, um estágio avançado que consiste em pensar em estratégias para ampliar a capacidade de fabricação das doses, como obtenção de mais matéria-prima para atender uma demanda em grande escala.

Leia Também: Mundo ultrapassa 100 mil casos de Mpox desde 2022, diz OMS

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