SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 – O DJ Alok e seu pai, o também DJ Juarez Petrillo, falaram na noite deste domingo (15) ao Fantástico, da TV Globo, sobre o ataque terrorista do Hamas à rave Universo Paralello, atingida por mísseis lançados da Faixa de Gaza no sábado retrasado (7). Na ocasião, cerca de 260 corpos foram encontrados no local da festa criada por brasileiros.
“Fui vendo pelos vídeos da internet. Comecei a desesperadamente ligar para ele [o pai]. Até que consegui falar com um amigo dele. Depois, consegui falar com meu pai”, disse. “A ficha foi caindo, no dia seguinte, quando a gente viu que tinha mais de 250 corpos ali, perto da área do festival. E comecei a entender a gravidade do ataque terrorista.”
Petrillo conseguiu regressar ao Brasil no quinto dia de conflito entre Israel e Palestina. Pai e filho se reencontraram na quarta-feira (11). Na entrevista, ele lembrou como o amanhecer estava bonito, instantes antes de ver a explosão de uma bomba do lado da festa.
“Foi um susto em todo mundo. Tudo mudou. As mulheres começaram a entrar em pânico, chorar”, lembrou Petrillo. Ao ouvir tiros de metralhadora, um colega dele teria dito que seria um sinal das Forças Armadas de Israel “dando o troco”. “Mas não, eram terroristas entrando na festa”, afirma ele, que foi retirado do local pela organização do evento.
“Meu pai estava num bunker e eu queria tirá-lo de todo jeito de lá. O bunker era muito próximo do local, tem várias comunidades próximas de Gaza”, disse o DJ.
O pai do DJ disse que teve esperança ao pensar nos netos. Não era mais artista, DJ, produtor. Eu era vovô”, disse Petrillo.
Autoridades de Israel confirmaram que dois dos 260 mortos eram brasileiros que participavam do festival. São eles Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos.
Criado em Goiás e realizado a cada dois anos na Bahia, a Universo Paralello teve sua edição em Israel organizada pelos irmãos Osher e Michael Waknin. Ela fazia parte da turnê mundial do evento, que passou por países como Argentina e Tailândia.