(FOLHAPRESS) – O convite para entrar no elenco de “Volta por Cima” era o respiro que Drica Moraes, 59, esperava. Depois de personagens mais densas, a atriz, para sua própria felicidade, está de volta ao humor. “É libertador. Adoro comédia e fui feliz com os personagens leves e engraçados”, diz.
Fazer rir é o alívio cômico de que Drica necessita para continuar levando a vida nos tempos estranhos em que estamos vivendo. Ela cita a crise climática, a desigualdade social, o preconceito, a violência e os conflitos mundiais como as negatividades que procura deixar de lado quando grava as cenas de Joyce Góis de Macedo. “Abrir espaço no cotidiano para a alegria tem sido quase obrigação para mim”, afirma. Sua personagem tem até um bordão, candidato a hit antes mesmo da estreia: “O pobre sabe se divertir”.
A atriz explica todo o contexto. “Ela é irmã de Belisa (Betty Faria) e Gigi (Rodrigo Fagundes). Eles nunca trabalharam e gastaram todo o dinheiro da herança dos pais, mas não perdem a pose. As cenas são bem engraçadas e o público vai se simpatizar de cara com essa família”, aposta.
Sobre o bordão, ela o defende de possíveis leituras mal interpretadas. “Joyce não fala isso por preconceito. Ela fala no sentido humano e da percepção de que as pessoas que têm menos, sabem mais. Sabem se divertir, sabem administrar suas vidas, sabem gerenciar os problemas”, explica.
A atriz diz concordar com Joyce e, por tabela, com o texto da autora Claudia Souto. “Vejo que ‘os ricos’ são pessoas engessadas nos seus problemas, em suas carências, em suas distrações, e vão ficando cada vez mais bitolados. Gosto dessa relação de classe social que a Claudia coloca na texto, onde as pessoas menos favorecidas sabem e as mais favorecidas não sabem”, analisa.