Dólar recua com alívio em juro de Treasuries longos, mas ruído fiscal e China limitam

O dólar opera em queda no mercado à vista na manhã desta sexta-feira, 19, sob influência do apetite por risco no exterior em meio ao recuo da moeda americana e dos juros dos Treasuries longos, depois de acumularem alta ao longo da semana por sinais de que os bancos centrais de países desenvolvidos levarão mais tempo do que o mercado espera para afrouxar a política monetária.

Os investidores avaliam ainda o ligeiro avanço de 0,01% do IBC-BR em novembro de 2023 ante outubro, com ajuste, e alta de 2,19% em novembro ante mesmo mês de 2022, sem ajuste, ambos acima das medianas projetadas pelo mercado. Segundo o Banco Central, o IBC-BR de novembro sem ajuste (144,84) é o maior para o mês desde 2014 (144,92).

Mas ruídos políticos e fiscais podem estar limitando o recuo do dólar, após acumular ganhos de 1,52% no mercado à vista nas últimas quatro sessões desta semana.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta sexta que a medida provisória da reoneração da folha de pagamentos será revogada. A declaração representa uma derrota do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que trabalha para entregar um déficit primário fiscal zero em 2024. Na quinta-feira, ao sair de reunião sobre o tema com o presidente da Câmara, Arthur Lira, Haddad não falou com a imprensa. Operadores do mercado afirmam que a rejeição da MP já era esperada.

No mercado de câmbio, os investidores ajustam posições de olho ainda na alta de produtos básicos, como petróleo e minério de ferro em Dalian na China, e na queda do dólar frente pares rivais e várias divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior.

No radar externo fica também a China, que pode estar contribuindo para limitar a queda do dólar ante o real e seus pares emergentes. A bolsa chinesa de Xangai recuou 0,47% nesta sexta, ampliando perdas a 1,7% na semana, após a mídia relatar que uma grande corretora chinesa suspendeu vendas de ações a descoberto para alguns clientes, segundo a chefe de pesquisa de varejo do Maybank, Sonija Li. Além disso, o governo chinês determinou que governos locais fortemente endividados adiem ou interrompam obras de alguns projetos de infraestrutura, segundo três fontes com conhecimento do assunto, num momento em que Pequim luta para conter riscos de dívida ao mesmo tempo em que tenta estimular a economia.

Às 9h53 desta sexta, o dólar à vista caía 0,35%, a R$ 4,9138. O dólar para fevereiro recuava 0,31%, a R$ 4,9215.

Leia Também: Pacheco promete trabalhar arrecadação e gasto público em agenda de 2024

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