Começa julgamento de marido que permitiu estupro da esposa por 72 homens

O homem que criou um chat online, para convidar vários homens a estuprarem a sua mulher, na França, começou a ser julgado esta segunda-feira (2). O início dos trabalhos ficaram marcados pela chegada da vítima que, até ao momento, mantinha-se em anonimato.

 

Gisele, de 72 anos, se apresentou na companhia dos três filhos, que se mantiveram  seu lado durante  primeira audiência contra Dominique P., de 71 anos.

Os atos de que Gisele foi vítima aconteceram entre 2011 e 2020, com a mulher sendo drogada pelo companheiro e estuprada por desconhecidos que o seu marido aliciava online. Os atos sexuais eram filmados.

A polícia contabilizou 92 estupros, cometidos por 72 homens, dos quais 51 foram identificados. Assim como Dominique, eles também serão julgados. Gisele só percebeu ao que era sujeita em 2020.

Como tudo foi descoberto

O casal se conheceu em 1971 e casou dois anos depois, tendo tido três filhos. Gisele recorda que o marido lhe chegou a sugerir que fizessem swing, algo que ela recusou. Apesar disso, descreve-o como “uma ótima pessoa” e que tinha uma vida “sexual normal”.

Também os filhos relatam que nenhum dos seus comportamentos sugeriam que estivesse fazendo algo de mal e que cumpria o seu papel de pai de forma devida.

O esquema de Dominique teria começado em 2011, quando a família vivia em Paris, e onde começou a recrutar pessoas online para estuprarem a própria mulher.

O esquema foi descoberto em setembro de 2020 quando o homem foi flagrado filmando por baixo da saia de três mulheres em um shopping. Depois disso, a polícia viria a descobrir uma série de imagens e vídeos da sua mulher inconsciente e em posição fetal, guardados no seu computador.

As imagens mostram, supostamente, dezenas de estupros na casa do casal em Mazan, uma aldeia de 6000 habitantes a cerca de 32 quilômetros de Avignon, na Provença.

Os investigadores também encontraram conversas num site chamado coco.fr, entretanto fechado pela polícia, e em que Dominique P. recrutava estranhos para irem a sua casa e terem relações sexuais com a sua mulher.

Dominique P. admitiu mais tarde aos investigadores que dava à sua mulher tranquilizantes potentes, como Temesta, um medicamento para reduzir a ansiedade, e que impunha uma série de normas para que os suspeitos não acordassem a mulher, nem deixassem vestígios.

Entre esses suspeitos estão, um bombeiro, um empresário, um jornalista, entre outros.

Dominique P., disse que teria sido estuprado por um enfermeiro quando tinha 9 anos, já admitiu que os seus comportamentos são inaceitáveis, e o julgamento deve prolongar-se até dezembro.

O Daily Mail refere que o homem é ainda acusado de outros crime de estupro, cometidos anteriormente.

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