Cobiçado pela Ferrari, projetista Adrian Newey é confirmado pela Aston Martin na F-1

Um dos projetistas mais famosos da história da Fórmula 1, o engenheiro Adrian Newey foi confirmado nesta terça-feira como reforço de peso pela Aston Martin para a temporada 2025. Newey, que trabalhava na Red Bull há quase 20 anos, era cobiçado por diversas equipes, incluindo a Ferrari. Mas acabou acertando com o time do bicampeão mundial Fernando Alonso e que tem o brasileiro Felipe Drugovich como um dos seus reservas.

 

O destino de Newey era o maior alvo de especulações no paddock da F-1 nos últimos meses, desde o anúncio de sua saída da Red Bull, em maio. O futuro do engenheiro de 65 anos gerou mais expectativa do que muitos pilotos do primeiro escalão da F-1 em razão da genialidade e do histórico de sucesso na categoria.

Newey tem em seu currículo nada menos que 25 títulos mundiais, entre títulos de pilotos e de equipes. Pela Red Bull, onde esteve nas últimas duas décadas, ele participou diretamente do tetracampeonato do alemão Sebastian Vettel e do tricampeonato do holandês Max Verstappen, que lidera o Mundial atualmente e pode faturar o tetra neste ano.

O britânico também celebrou títulos na McLaren e na Williams, projetando alguns dos modelos mais vitoriosos e famosos da história da F-1 nas últimas décadas. Por isso também foi alvo da Williams e até da Ferrari, que sonhava contar com o engenheiro em um “dream team” para 2025, quando terá o heptacampeão mundial Lewis Hamilton em um dos seus assentos.

As especulações chegaram ao fim nesta terça, quando a Aston Martin oficializou o acerto. O engenheiro assumirá suas funções na equipe em março de 2025, a tempo de projetar o carro de 2026, que terá grandes mudanças em relação aos carros atuais, com motores com maior participação de energia elétrica.

As partes envolvidas na longa negociação não revelaram os valores envolvidos. Mas a imprensa britânica especula que Newey terá salário anual de 20 milhões de libras, equivalente a R$ 146 milhões. O valor será bancado pelo bilionário Lawrence Stroll, dono da equipe Aston Martin na F-1.

“Assim que Adrian ficou disponível, sabíamos que tínhamos que fazer acontecer”, disse Stroll em um comunicado. “Nossas conversas iniciais confirmaram que havia um desejo compartilhado de colaborar em uma oportunidade única na vida”, celebrou o bilionário canadense.

“Esta é uma grande notícia. Adrian é o melhor do mundo no que faz – ele está no topo do seu jogo – e estou incrivelmente orgulhoso de que ele esteja se juntando à Aston Martin. É a maior história desde que o nome Aston Martin retornou ao esporte e é mais uma demonstração da nossa ambição de construir uma equipe de Fórmula 1 capaz de lutar por títulos mundiais.”

Newey, conhecido pela discrição, vinha se mantendo longe dos holofotes nos últimos meses, principalmente por ter sido afastado das atividades rotineiras da Red Bull após o anúncio de sua saída. Nesta terça, ele veio a público para comentar o aguardado acerto.

“Estou empolgado por me juntar à equipe Aston Martin. Fiquei muito inspirado e impressionado com a paixão e o comprometimento que Lawrence traz para tudo em que está envolvido. Lawrence está determinado a criar uma equipe que vença o campeonato. Ele é o único proprietário majoritário da equipe que está ativamente envolvido no esporte”, comentou o britânico.

CARRO DE SENNA

Para o automobilismo brasileiro, Newey é conhecido por ter sido o projetista do fatídico carro que Ayrton Senna pilotava quando sofreu o acidente fatal no GP de San Marino de 1994. Funcionário da Williams na época, o britânico chegou a ser denunciado por homicídio culposo, mas acabou sendo inocentado no julgamento feito pela Justiça italiana ainda na década de 90.

Em 2017, Newey lançou o livro “Como Construir um Carro” e comentou sobre a morte de Senna: “Eu era um dos engenheiros responsáveis em uma equipe que desenhou um carro em que um grande homem foi morto. Independentemente de a coluna de direção ter causado o acidente ou não, não há como escapar do fato de que algo ruim nunca deveria ter entrado no carro.” Em entrevistas recentes, o engenheiro costuma admitir que ainda pensa no acidente e carrega um pouco de culpa pelo acidente que vitimou o tricampeão mundial.

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