Cerca de 150 mulheres da Groenlândia entraram com uma ação judicial contra o Estado dinamarquês, alegando que foram vítimas de esterilização forçada. As mulheres afirmam que dispositivos contraceptivos intrauterinos (DIUs) foram implantados em seus corpos sem o seu consentimento ou conhecimento.
A ação judicial, que pede indenização de 5,7 milhões de euros, foi protocolada na segunda-feira (5 de março de 2024). As mulheres consideram a ação do Estado como uma violação dos seus direitos humanos.
Segundo o jornal The Guardian, algumas das mulheres tinham apenas 12 anos quando os DIUs foram implantados por seus médicos. Acredita-se que a medida tenha sido tomada com o objetivo de conter o aumento da natalidade na região. Entre 1966 e 1970, estima-se que 4.500 mulheres e crianças tenham sido vítimas dessa prática.
Em outubro de 2023, 67 mulheres denunciaram o caso e exigiram indenização do Estado, que até então não havia se manifestado sobre o assunto. Desde então, o número de queixas mais que dobrou.
Naja Lyberth foi a primeira mulher a tornar pública sua história. Ela afirma que o DIU foi implantado durante uma consulta médica quando ainda era adolescente. Lyberth acusa o Estado de ter realizado uma esterilização concertada.
Embora Lyberth tenha compartilhado sua história há vários anos, o escândalo só recentemente ganhou atenção generalizada na Dinamarca.
A Gronelândia, que foi colônia dinamarquesa até 1953, possui um governo local autônomo, mas também faz parte do Reino da Dinamarca e tem dois representantes no parlamento dinamarquês.
No ano passado, o Estado dinamarquês e o governo da Gronelândia lançaram uma investigação imparcial sobre este caso e sobre outras práticas de controle da natalidade implementadas na Gronelândia entre 1960 e 1991. A investigação, no entanto, só deve ser concluída em maio de 2025.
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