Carol Santiago entra no top 5 histórico do Brasil com prata em Paris

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Carol Santiago termina os Jogos Paralímpicos de Paris como a atleta mais medalhada da competição pelo Brasil. Nesta quinta (5), ela conquistou a prata nos 100 m peito, categoria SB12, na piscina da Arena La Défense, sua quinta medalha.

 

A categoria S12, ou SB12, é destinada aos nadadores com deficiência visual pequena, mas ainda assim significativa. A brasileira cravou 1min15s62. O ouro ficou com Elena Krawzow (Alemanha), que já tinha batido o recorde paralímpico na parte da manhã. Na final, quebrou também o recorde mundial, com 1min12s54. Jietong Zheng (China) fechou o pódio com 1min20s03.

No primeiro quarto da prova, Carol acompanhou de perto a alemã, mas a campeã aumentou o ritmo e controlou a prova.

A pernambucana fecha a competição com três ouros (100 m costas – S12, 100 m livre – S12, 50 m livre – S13) e uma prata (4×100 m livre, equipe mista), além do pódio de hoje.

Em Tóquio, ela já havia coletado outras cinco medalhas (três de ouro, uma de prata e uma de bronze).

Assim, a paratleta contabiliza agora dez medalhas e entra no top 5 histórico dos atletas paralímpicos. Na frente dela, apenas Daniel Dias (27), André Brasil (14), Clodoaldo Silva (14) e Ádria Santos (13) –a única do atletismo, todos os outros são da natação.

Carol também se tornou em Paris a brasileira com mais medalhas de ouro, com seis primeiros lugares, superando Ádria Santos, com quatro.

“Só vou avaliar e viver isso tudo quando a gente terminar aqui. Quando a gente vai se permitir viver e sentir tudo, todas as emoções do que a gente realizou aqui. Foi a mesma coisa em Tóquio”, disse a paratleta, quando superou a marca de Ádria, ainda no início desta semana.

Natação teve mais duas pratas

Antes de Carol Santiago, Talisson Glock conquistou a prata nos 100 m livre, categoria S6.

Com o tempo de 1min05s27, ele ficou atrás apenas do italiano Antonio Fantin, que registrou 1min03s12, novo recorde paralímpico. O francês Laurent Chardard fechou o pódio com 1min05s28, apenas um centésimo atrás do brasileiro, mas o suficiente para fazer a alegria da torcida local.

As categorias S5 e S6 são para deficiência física moderada (como baixa estatura, problemas moderados de coordenação ou perda de função em membros inferiores).

O catarinense Glock perdeu o braço e a perna esquerda aos 9 anos, após ser atropelado por um trem.

Essa já é a terceira medalha do brasileiro em Paris. Ele também levou dois bronzes, nos 200 m medley – S6, e nos 4×50 m livre para equipe mista.

E na penúltima prova do dia, Cecília Araújo, 25, conquistou mais um segundo lugar, nos 50 m livre, categoria S8.

A potiguar fechou a prova com 30s31. No entanto, a britânica Alice Tai cravou 29s91, única atleta a baixar dos 30 segundos, o que lhe rendeu o ouro. A russa Vicktoria Ishchiulova ficou com o último lugar do pódio, com 30s79.

A categoria S8 é para atletas com deficiência física leve a moderada (como amputações de um membro ou perda moderada de função em um membro).

A brasileira repete o resultado de Tóquio-2020, quando também levou a prata. Cecília teve paralisia cerebral no momento de seu nascimento, o que limita os seus movimentos. Começou a praticar natação como fisioterapia e se apaixonou pelo esporte.

A medalha foi a 62ª do Brasil, deixando a delegação a dez pódios do recorde histórico de 72, conquistado nos Jogos do Rio-2016 e de Tóquio-2020.

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