Carille releva pressão da torcida e diz que faltou trabalhar melhor a motivação dos atletas

Insultado por torcedores presentes na Vila Belmiro na derrota santista por 2 a 0 para o CRB, neste domingo, e vaiado até quando recebeu sua medalha de campeão brasileiro da Série B, o técnico Fábio Carille minimizou a pressão das arquibancadas por sua saída do clube e afirmou que ainda vai conversar com a diretoria sobre o seu futuro à frente da equipe.

 

“Não é só vocês (jornalistas) que veem, eu também vejo (a insatisfação da torcida). Vocês não sabem o que é pressão. Pressão maior que teve na derrota do Corinthians para o Tolima (na pré-Libertadores de 2011) e o clube optar pela continuidade do Tite. Temos que fazer não o que é melhor para mim, para os torcedores ou para a diretoria, mas o que é melhor para o Santos”, comentou o treinador, criticado principalmente pelo futebol pragmático e pouca criatividade na campanha alvinegra na Série B. “Estou há 32 anos no campo e já vi de tudo. Hoje vivemos uma experiência de não estar legal fora, em relação a estádio, não ao dia a dia, e o interno funcionar bem.”

Carille admitiu que a conquista antecipada do título, com o empate do Novorizontino, no sábado, atrapalhou a concentração dos atletas e foi determinante para a péssima apresentação da equipe diante do CRB, o que ajudou a piorar o clima na Vila Belmiro no que deveria ter sido um jogo festivo de entrega da taça.

“Ontem, estávamos jantando na hora do jogo do Novorizontino. Quando terminou, todos ficaram aliviados, soltos, desconcentrados. Hoje tentei falar sobre isso na preleção, de levantar a taça com vitória, mas o time entrou relaxado contra uma equipe que tinha um objetivo, de escapar do rebaixamento. Fica como aprendizado, mas a baixa concentração tem tudo a ver com o jogo de ontem”, afirmou.

O comandante fez um mea-culpa sobre erros e decisões equivocadas na competição, especialmente em relação à motivação dos jogadores, mas afirmou que o saldo na temporada é positivo, com muito aprendizado para jogadores e comissão técnica, além das metas cumpridas.

“Poderia ter sido melhor, mas conquistamos os objetivos. Fomos além e chegamos à final do Paulista, jogando de igual para igual com os demais clubes. Errei bastante e uma coisa que deixei para fazer na fase final foi trabalhar a motivação. Sou como o Muricy (Ramalho), que diz que a motivação está na camisa. Fiz questão de estar mais perto do jogo, mas tenho que trabalhar mais a questão da motivação”, destacou Carille, que vê o elenco atual pronto para a Série A.

“Esse time está mais preparado para jogos grandes do que para jogar a Série B. Vai se concentrar mais para grandes jogos, são jogadores que já viveram muitas coisas. Quando a equipe oscilou, eles deram a resposta, gostam de desafios, eles têm personalidade. Precisa trazer mais jogadores com esse perfil”, elogiou.

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