Câncer colorretal é preocupante e atinge cada vez mais jovens

O câncer colorretal é uma condição que se desenvolve no cólon ou no reto, que são partes do intestino grosso. Este tipo de câncer geralmente se desenvolve lentamente ao longo de vários anos, e tem afetado cada vez mais pessoas com menos de 50 anos. “Cada vez recebo mais pacientes jovens com diagnóstico de câncer no intestino no consultório, é preocupante”. relata o Dr. Lucas Nacif, Cirurgião Gastrointestinal, e membro titular do colégio brasileiro de cirurgia digestiva (CBCD) que destaca “O câncer de intestino muitas vezes é descoberto em estágios mais avançados, devido a alguns sintomas sutis no estágio inicial da doença”.

Um relatório divulgado pela Sociedade Americana do Câncer em janeiro indica um rápido aumento na incidência de câncer colorretal entre pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos. No Brasil, este câncer ocupa o segundo lugar em incidência e o terceiro em mortalidade.

Atingindo anônimos e famosos, a doença exige cuidado e intervenção rápida. Fazendo parte desta estatística, Preta Gil, hoje curada após uma cirurgia de reconstrução no seu trato intestinal e reversão da ilestomia, a cantora Simony, que passou por um longo tratamento e o Rei Pelé (em memória) também enfrentou o câncer colorretal.

O que é o câncer de intestino

Segundo Nacif, esse tipo de câncer geralmente se origina a partir de crescimentos anormais de células evoluindo com pequenas lesões chamadas pólipos adenomatosos que podem se tornar cancerígenas ao longo do tempo. “O câncer colorretal pode se desenvolver por muitos anos sem causar sintomas visíveis. No entanto, à medida que o câncer cresce, podem ocorrer sinais e sintomas como mudanças nos hábitos intestinais, sangramento retal, dor abdominal, fraqueza e perda de peso inexplicada”, resume o cirurgião gastrointestinal.

O médico ainda esclarece que os estágios do câncer de intestino variam do estágio I, quando o câncer invadiu toda a parede do intestino, mas não através dela, até o estágio IV, quando o câncer se espalhou para órgãos distantes, como o fígado ou os pulmões.

Causas

De acordo com o cirurgião gastrointestinal, uma dieta pobre em frutas, vegetais, carnes magras, combinada com o consumo excessivo de carnes vermelhas e/ou processadas, pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Além disso, hábitos como o consumo excessivo de álcool, tabagismo e o uso regular de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides também estão associados a um maior risco dessa doença.

No entanto, o Dr. Nacif enfatiza que, embora diversos fatores possam aumentar a probabilidade de desenvolver a doença, ainda não se conhece completamente suas causas específicas. Ele ressalta que os tumores na região geralmente se desenvolvem a partir de mutações genéticas que ocorrem em pólipos, lesões benignas do intestino.

Como é feito o diagnóstico

“O diagnóstico precoce da doença pode ser alcançado através da realização de uma investigação minuciosa, utilizando exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos. No caso específico do câncer colorretal, o rastreamento pode ser conduzido através de dois principais exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopia)”, explica o médico.

Câncer de intestino tem cura Qual é o tratamento?

Segundo Nacif, a identificação precoce do tumor é fundamental, pois aumenta consideravelmente a eficácia do tratamento, alcançando taxas de cura acima de 90%. “Portanto, não se deve nunca negligenciar sinais suspeitos, mas sim buscar avaliação médica especializada”, resume.

Quanto ao tratamento, o médico explica que varia de acordo com o estágio do tumor. Geralmente, a cirurgia é realizada para remover as partes do intestino afetadas pelo câncer. Em estágios mais avançados, a quimioterapia e a radioterapia podem ser necessárias. Em situações onde o câncer está avançando e crescendo rapidamente, tanto a radioterapia quanto a quimioterapia podem ser utilizadas para controlar o crescimento tumoral.

Por fim, Lucas Nacif ressalta a importância de exames periódicos principalmente em pessoas que já tiveram casos de incidência na família (pela hereditariedade) e após os 40 anos para pessoas saudáveis. “A prevenção sempre será o melhor remédio, somado a uma alimentação equilibrada e vida saudável com atividade física”.

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