O Brasil superou neste ano a marca de 156 milhões de pessoas com 10 anos ou mais conectadas à internet (computador ou celular), equivalente a 84% da população do País. O número foi revelado nesta quinta-feira, 16, pela pesquisa anual TIC Domicílios 2023, realizada em parceria do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) com o Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.Br).
Houve um aumento no crescimento de usuários conectados em 2023, em relação aos 80% registrados no ano passado. A alta acontece após um período de relativa estabilidade, quando o biênio da pandemia de covid fez o porcentual estacionar entre 80% e 82%. Em 2019, esse número era de 71%.
O número de pessoas conectadas, porém, pode ser ainda maior, de 164 milhões. A pesquisa aponta que há uma parcela da população que afirma não ter usado a internet, mas que declara o uso de aplicativos no smartphone que exigem conexão, como serviços bancários.
Em 2023, a alta foi impulsionada pelo público feminino, cujo porcentual saiu de 81% do ano passado para 86% em 2023. E, também, pelas classes C e D/E: respectivamente, esses extratos da população saíram de 87% para 91% e 60% para 67%. Já as classes A e B, na mesma pesquisa, saíram de 100% para 98% e 97% para 98%, nessa ordem.
Ainda que a alta porcentual tenha sido maior para as classes D/E, o número absoluto de brasileiros incluídos à internet foi maior na classe C, dado o tamanho absoluto de pessoas nesse grupo. “É uma camada da população que tem mais renda e consegue trazer internet para os domicílios”, diz Fabio Stolini, um dos coordenadores da TIC Domicílios 2023, em apresentação do relatório nesta quinta.
O número de pessoas que não utilizam a rede (“não-usuários”) foi de 29 milhões, queda em relação aos 36 milhões de 2022. A maior parte é urbana (24 milhões), tem Ensino Fundamental (24 milhões), é negra (17 milhões), é da classe D/E (17 milhões), é idosa (16 milhões), é do sexo masculino (16 milhões) e está no Nordeste e Sudeste (10 milhões em cada região).
“O número de brasileiros desconectados ainda é preocupante”, afirma em nota Alexandre Barbosa, gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.Br, e cocoordenador da pesquisa. “Na medida em que muitas atividades e serviços são disponibilizados exclusiva ou preferencialmente no ambiente online, não ter acesso à internet significa estar excluído de inúmeras oportunidades”.
A TIC Domicílios 2023 foi feita em todo o território do Brasil, com coleta entre março e junho deste ano em 23,9 mil domicílios (e 21,2 mil indivíduos respondentes) com entrevistas face a face. Realizado desde 2005, o objetivo é traçar um perfil do acesso do brasileiro a tecnologias de conexão.