Balas perdidas: oito foram atingidos em ações policiais em julho no RJ

O Grande Rio teve pelo menos 214 tiroteios e disparos de arma de fogo no mês de julho deste ano. No total, essas ocorrências deixaram 62 mortos e 87 feridos. Em 70% dos confrontos armados houve vítimas.

Também foram registradas 11 vítimas de balas perdidas, das quais quatro morreram. O número é bem maior do que em julho do ano passado, quando houve três vítimas.

A maioria das ocorrências de balas perdidas foi observada em ações policiais: oito, sendo dois mortos e seis feridos. As ações policiais resultaram em 86 tiroteios no mês, no Grande Rio, dois quais 98% deixaram baleados (vítimas de balas perdidas ou não).

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Fogo Cruzado, organização não governamental que monitora situações de violência armada em alguns estados brasileiros.

“Esses dados mostram o tamanho do descontrole da segurança pública no estado do Rio. Os tiroteios não são situações isoladas e deixam muitas vítimas pelo caminho. É preciso investir em uma política de segurança que tire a população da linha do tiro para evitar que mais vítimas entrem para essa triste estatística do estado do Rio de Janeiro”, afirma o coordenador do Fogo Cruzado no Rio, Carlos Nhanga.

A maioria dos tiroteios (envolvendo ou não a polícia) ocorreu na cidade do Rio de Janeiro (125 ocorrências, com 31 mortos e 40 feridos). Também se destacam os municípios de São João de Meriti (com 16 tiroteios, seis mortos e dois feridos), São Gonçalo (15 tiroteios, com três mortos e dez feridos) e Duque de Caxias (com 13 tiroteios, nove mortos e oito feridos).

No Rio de Janeiro, há uma grande desigualdade em termos de regiões da cidade. Enquanto na zona norte foram registrados 73 tiroteios, com 18 mortos e 23 feridos, na zona sul foi apenas um tiroteio, sem vítimas. Na zona oeste, foram 45 tiroteios, com 12 mortos e 16 feridos.

As polícias Militar (PM) e Civil dizem que suas ações são feitas com planejamento e buscam resguardar vidas. A PM informa também que a opção pelo confronto armado é sempre dos criminosos.

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