O presidente do Corinthians, Augusto Melo, afirmou que o clube tem mais de R$ 2 bilhões de dívidas e que “vai sair mais coisa”, mas que o valor é pagável. Melo disse que a situação atual do clube é uma herança da administração anterior.
“Mais de R$ 2 bilhões de dívidas, vocês viram o que saíram dos empresários. Vai sair mais coisa”, afirmou Melo, em entrevista ao canal SBT na segunda-feira. “(O Duilio) Assinou a confissão de dívida, renovou contratos que nos trariam uma receita, assinou contratos até 2030, contratos que venciam em 2025. Por que renovar por dois, três dias antes da gente tomar posse?”.
Apesar da dívida bilionária, o dirigente disse que a situação é contornável por se tratar de um clube com uma torcida consumista. “Tem uma marca forte que dá retorno para qualquer tipo de investimento. O que basta é credibilidade. Estamos jogando limpo, transparente no mercado, porque a gente quer sair limpo no término do mandato.”
Melo informou que a auditoria contratada para detalhar as condições financeiras do clube deve ser concluída em cerca de 50 dias. “Quebramos uma dinastia de 17 anos. Não tenho dúvidas que o Corinthians, com uma equação de dívidas e um trabalho mais sério, vai sair disso rapidinho. Estamos dando credibilidade no mercado.”
Credibilidade foi uma das palavras mais usadas por Melo desde sua cerimônia de posse, em janeiro, mas nem tudo saiu como planejado. O Corinthians anunciou que estava muito próximo de contratar Gabigol, atacante que permanece no Flamengo. “Sempre deixei claro que ele nos foi oferecido, eu não fui atrás do Gabigol. Estava praticamente tudo certo. Ficamos um tempo esperando e chegou uma hora que eu falei: ‘Pera aí, eu vou desistir, não dá’.”
Com a situação financeira do clube complicada, o dirigente admitiu dificuldades para reforçar o time. “Eu nunca prometi uma grande contratação, prometi um grande time, com jogadores com a característica do Corinthians… É isso que estamos fazendo. Estamos reestruturando a parte financeira para que a gente possa sair para o mercado mais forte.”
A demissão de Mano Menezes, após quatro derrotas em cinco jogos no Paulista, custou R$ 13 milhões aos cofres do Corinthians e seria mais cara se o clube não tivesse esperado até o início de fevereiro para concretizá-la. “Já durante a campanha a gente falava que o Mano não era a nossa opção.”
O português António Oliveira, que estava no Cuiabá, não era o favorito do presidente do Corinthians para substituir Mano. Melo queria Márcio Zanardi. “Era a melhor opção no sentido de contrato”, afirmou ele, acrescentando que trabalhou com o técnico do São Bernardo nas categorias de base do Corinthians.
Augusto Melo afirmou que a chegada de Igor Coronado, que estava no Al-Ittihad, não teve custos para o Corinthians, além dos salários. O meia de 31 anos foi indicado por Mano e teve o aval de António Oliveira. O presidente afirmou ainda que o salário de Coronado é metade do que chegou a ser divulgado (R$ 2 milhões).