RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma advogada foi morta a tiros na região metropolitana de Salvador, na Bahia. O caso aconteceu na noite de sexta-feira (22) em Vila de Abrantes, no município de Camaçari.
Segundo a Polícia Civil, Cristiana de Queiroz Andrade, 45, estava na rua quando dois homens em uma moto se aproximaram dela e atiraram. O crime ocorreu num local conhecido como estrada da Malícia.
A Polícia Militar informou que foi acionada após os disparos, mas quando chegou ao local, Andrade já estava morta. A área foi isolada e passou por perícia.
O caso está sendo investigado pela delegacia da região. Os agentes tentam identificar os dois suspeitos e investigam a motivação do crime.
Em nota, a subseção Lauro de Freitas, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia, lamentou a morte da advogada. O sepultamento será nesta segunda-feira (25), no Cemitério Municipal de Brotas.
“A OAB Subseção Lauro de Freitas informa e lamenta o falecimento da colega advogada, inscrita nesta Subseção, Dra. Cristiana de Queiroz Andrade, se solidarizando com toda sua família neste momento de consternação e dor, expressando nossos sentimentos e as mais sinceras condolências pela perda”, disse a nota.
Mortes violentas se tornaram rotina na região metropolitana de Salvador e no Recôncavo Baiano. Em meio a escassez de políticas sociais e de alternativas de trabalho e renda, a região enfrenta um avanço de facções criminosas, com disputas por territórios em áreas urbanas e rurais e episódios de letalidade policial.
O cenário é um desafio para o governo Jerônimo Rodrigues (PT). Dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia apontam que a taxa de mortes violentas na região, que engloba 19 cidades, ultrapassou a média do estado em 2022 e chegou a 40,4 mortes por 100 mil habitantes.
Entre as mortes violentas registradas neste ano está a da líder quilombola Bernadete Pacífico, assinada a tiros em um crime que causou comoção nacional. Ela foi morta na casa ao lado do terreiro de candomblé que comandava em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador.
A violência também tem sido frequente no sul do estado. Na quinta-feira (21), o líder indígena pataxó Lucas Santos de Oliveira, o Lucas Kariri-Sapuyá, 31, foi assassinado com tiros em Itaju do Colônia, município do sul da Bahia a 406 km de Salvador.
A sequência dos fatos expôs a encruzilhada que enfrenta o governador no debate sobre segurança pública, principal gargalo dos 16 anos de gestões do PT na Bahia.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.
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